Cinemateca Júnior provou em dez anos que tem "um imenso potencial"

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 abr (Lusa) - A Cinemateca Júnior, que está a celebrar dez anos, provou que tem um "imenso potencial de trabalho" com as escolas e as famílias, mas sofre de limitações estruturais, disse à agência Lusa o diretor da Cinemateca, José Manuel Costa.

Em entrevista à agência Lusa, a propósito da primeira década de vida da Cinemateca Júnior, José Manuel Costa afirmou que a expectativa sobre a atividade deste serviço da Cinemateca Portuguesa "foi mais do que superada e agora o trabalho é crescer".

"Este espaço é absolutamente essencial. Nós tínhamos a perceção disso (...). Aqui trata-se de pensar especificamente o que fazer com camadas etárias que hoje em dia estão afastadas do cinema", sublinhou o diretor.

A atividade da Cinemateca Júnior, sediada no Palácio Foz, em Lisboa, arrancou a 20 de abril de 2007, com uma linha programática pensada para públicos mais novos, com oficinas, uma exposição e exibições, com o cinema e a imagem em movimento como pontos de partidas.

Para José Manuel Costa, o trabalho de formação de públicos é essencial na Cinemateca Júnior, até porque muitas crianças e jovens desconhecem as mais antigas formas de criação e visualização de cinema, mas aquela missão é transversal a toda a Cinemateca.

"A Cinemateca como museu é ainda um espaço a descobrir por grande parte da população portuguesa, apesar de estar implantadíssima há muitas décadas. Toda a nossa atividade em geral é pedagógica e toda a nossa atividade é feita no sentido da formação de novos públicos", disse.

José Manuel Costa defende o crescimento do trabalho da Cinemateca Júnior, mas alerta para as "carências estruturais muito grandes" da Cinemateca, que sofreu cortes orçamentais, entre os 35 e os 40 por cento, comparando com a década anterior.

"É preciso crescer em todos os sentidos, que passam por equipamento mais completo, equipamento melhor em alguns setores - porque há carências estruturais de equipamento -, equipas de trabalho. Todo o enquadramento funcional da [Cinemateca] Júnior está muito coartado pelas limitações em que estamos a trabalhar", lamentou.

A Cinemateca Portuguesa foi fundada na década de 1950 e tem como missão salvaguardar e divulgar o património cinematográfico português, sejam filmes, equipamentos, objetos, livros, cartazes ou fotografias.

Em termos de equipamentos, a Cinemateca é composta pela Cinemateca Júnior no Palácio Foz, pela sede noutro edifício na capital, onde funciona a programação regular de cinema, e o Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), em Loures, com cofres, depósitos climatizados e um laboratório.

Apesar dos constrangimentos, José Manuel Costa recorda que a Cinemateca está a trabalhar, a longo prazo, nas bases de um Museu do Cinema que reúna todas as valências de preservação, exposição e divulgação.

"O que estamos a fazer é pensar o que será o museu em Portugal. (...) Criámos há muito tempo um projeto de uma terceira vertente, um museu num sentido mais abrangente. Um museu necessitará de um espaço que tenha uma sala de cinema, ligando à experiência do cinema e projeção, com espaços alargados para exibir o conjunto das coleções. (...)Precisamos de melhores condições para fazer o que estamos a fazer aqui", disse.

SS // MAG

Lusa/fim

+ notícias: País

Mais autocarros e mais viagens. FlixBus reforça operação para responder à afluência na Páscoa

A Flixbus divulgou, esta quarta-feira, o reforço da operação até 70% durante o período da Páscoa.

Trabalhadores da Medway em greve esta quinta-feira por melhores salários e condições

Os trabalhadores da empresa ferroviária de mercadorias Medway estão esta quinta-feira em greve por melhores salários e condições, incluindo a conciliação da vida profissional e familiar, tendo a empresa pedido uma reunião para o dia 11 de abril.

Bombeiros, SNS e INEM assinam acordo para melhorar transporte de doentes urgentes

A Liga dos Bombeiros Portugueses, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde e o INEM chegaram esta quarta-feira a acordo para melhorar o transporte de doentes urgentes e o financiamento de meios, após oito semanas de reuniões.