Principal partido da oposição pede recontagem parcial dos votos
Porto Canal com Lusa
Istambul, 16 abr (Lusa) -- O principal partido da oposição turca pediu a recontagem de 37% dos votos expressos no referendo de hoje sobre a revisão constitucional, após denunciar irregularidades no sufrágio.
O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata e principal força da oposição) criticou a decisão da Comissão Eleitoral de aceitar como votos válidos os boletins que não possuíam o seu carimbo oficial.
O vice-presidente do CHP, Bulent Tezcan, considerou, em declarações aos 'media', que esta decisão implica que os resultados do referendo constitucional "vão enfrentar um sério problema de legitimidade".
A Suprema Comissão Eleitoral anunciou esta decisão sem precedentes após muitos votantes terem referido que os boletins de voto que lhes foram fornecidos não possuíam o obrigatório carimbo oficial. A comissão considerou que os boletins de voto apenas podem ser considerados inválidos caso seja provado que foram introduzidos nas urnas de forma fraudulenta.
O voto "sim" liderava quando estavam contados 98 por cento dos votos garantindo a vitória ao Presidente Recep Tayyip Erdogan.
O CHP denunciou que estes números, que consideraram parciais, proveem da agência noticiosa semioficial Anadolu, e não são os resultados definitivos da Comissão eleitoral suprema.
O referendo converteu-se num plebiscito pela identidade da nação, e fraturou o país. Dos quatro partidos com representação parlamentar, dois apoiaram as alterações constitucionais (AKP e os ultranacionalistas do MHP), e dois fizeram campanha contra, os sociais-democratas do CHP e o pró-curdo HDP.
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