Pequim quer ajuda da Rússia para "apaziguar situação" na Coreia do Norte
Porto Canal com Lusa
Pequim, 15 abr (Lusa) -- A China quer colaborar com a Rússia para "ajudar a aliviar a situação (da Coreia do Norte) o mais rápido possível", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ao seu homólogo russo Sergueï Lavrov.
"O objetivo comum dos nossos dois países é fazer voltar todas as partes à mesa das negociações", disse Wang durante uma conversa telefónica com Lavrov na noite de sexta-feira, segundo comunicado divulgado na página de Internet do ministério.
O chefe da diplomacia chinesa disse que "a China está preparada para se coordenar estreitamente com a Rússia para ajudar a acalmar a situação na península e encorajar as partes envolvidas a retomarem ao diálogo".
Wang Yi fazia alusão às negociações a seis (Coreias, Japão, Rússia, China e Estados Unidos), as quais estão suspensas há anos.
"Impedir a guerra e o caos na península está de acordo com os interesses comuns" de Pequim e Moscovo, sublinhou.
Este apelo surge numa altura em que as relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos estão extremamente tensas.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu "tratar" o "problema" do programa nuclear norte-coreano e anunciou que um porta-aviões norte-americano estava em rota para a península coreana.
Hoje, o número dois do regime norte-coreano disse hoje em Pyongyang que a Coreia do Norte está preparada para dar resposta nuclear a qualquer ataque nuclear.
"Estamos prontos para responder a uma guerra total por uma guerra total, e estamos preparados para responder a qualquer ataque nuclear com um ataque nuclear à nossa maneira", afirmou Choe Ryong-Hae durante uma cerimónia realizada antes do desfile militar organizado para comemorar o 105.º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung.
Kim Jong-il presidiu ao desfile organizado para celebrar o "Taeyangjeol" ("Dia do sol"), o aniversário de Kim Il-sung, avô do atual líder norte-coreano e considerado o fundador da Coreia do Norte, o primeiro líder da dinastia que controla o país há mais de 70 anos.
Segundo observadores, a Coreia do Norte poderá realizar hoje novo teste de míssil balístico ou o sexto ensaio nuclear, ambos proibidos pela comunidade internacional.
Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang considerou na sexta-feira que um teste nuclear por parte de Pyongyang seria "perigoso e irresponsável".
A China, o principal aliado internacional do regime norte-coreano, é responsável por 90% do comércio da Coreia do Norte.
Pequim teme que a queda do regime desencadeie uma onda de refugiados para a China e um reforço da presença de tropas norte-americanas na sua fronteira.
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