Deputados do PS querem medicamento para a paramiloidose na região Centro
Porto Canal com Lusa
Castelo Branco, 13 abr (Lusa) - Os deputados do PS eleitos por Castelo Branco querem que o Ministério da Saúde disponibilize na região Centro um medicamento para os doentes de paramiloidose, cuja disponibilização só é feita no Hospital de Santo António, no Porto.
"Acontece que, embora a paramiloidose [doença dos pezinhos] tenha sido descrita pela primeira vez na população portuguesa e na zona da Póvoa do Varzim, encontram-se hoje identificados casos por toda a zona norte e centro litoral do país", referem, em nota de imprensa hoje enviada à agência Lusa, os deputados Hortense Martins e Eurico Brilhante Dias.
Estes dois socialistas, juntamente com a coordenadora socialista em matérias de saúde, Luísa Salgueiro, pediram junto da tutela a disponibilização no centro do país de um medicamento para doentes que sofrem de Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF) ou paramiloidose, normalmente designada por "doença dos pezinhos".
Contudo, advertem que o fármaco oral de opção terapêutica, único no mercado, aprovado em 2011, e que permite atrasar a progressão da doença, aumentar a esperança e a qualidade de vida dos doentes, só é disponibilizado no Hospital de Santo António, no Porto, face à maior incidência da doença nesta região.
"Os doentes, apesar de muito jovens, ficam gravemente diminuídos na sua capacidade de trabalho e na sua autonomia", sustentam.
Os deputados do PS recordam o caso de Unhais da Serra, na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde "existe um núcleo expressivo de doentes portadores desta mutação genética que, de forma recorrente, expressaram já o seu desagrado com esta forma de distribuição do fármaco" devido aos constrangimentos das viagens que têm de realizar para terem acesso ao medicamento.
Mostram-se ainda preocupados com o transtorno das deslocações mensais de doentes de todo o país ao Porto, situação que implica avultados custos.
Neste âmbito, questionam o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, se considera "a possibilidade de este mesmo fármaco ser distribuído para outros hospitais e farmácias do país, mais próximos das populações que dele necessitam, por exemplo na Covilhã, de modo a evitar os transtornos das viagens mensais ao Hospital de Santo António, no Porto".
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