Argélia é país de oportunidades para sector agroalimentar - ministra da Agricultura
Porto Canal / Agências
Argel, 28 nov (Lusa) -- A Argélia é um país de oportunidades para as empresas portuguesas do setor agroalimentar e florestal, garantiu hoje à Lusa a ministra da Agricultura, que assinou, neste país, quatro protocolos para facilitar as exportações.
"Entre ontem [quarta-feira] e hoje, foi possível ter avanços muito significativos, quer do ponto de vista político quer do ponto de vista empresarial, nas relações entre as empresas portuguesas e argelinas", disse à Lusa Assunção Cristas a partir de Argel.
De acordo com a ministra, os dois governos assinaram hoje quatro protocolos de cooperação -- um protocolo 'chapéu' e três específicos (no domínio veterinário e de saúde animal, no da saúde vegetal e no do domínio das florestas) - que constituem "uma base de trabalho para facilitar a vida às empresas portuguesas, as que querem começar a trabalhar na Argélia e as que já lá estão".
A ministra, que teve hoje uma reunião bilateral com o ministro argelino do setor e abriu o Fórum Agroalimentar, a decorrer em Argel, adiantou que "a missão já se revelou um sucesso".
Da conversa com o seu homólogo, Assunção Cristas destacou a vontade dos argelinos em aproveitar a cooperação com Portugal.
"Nas palavras do senhor ministro, a Argélia tem os meios financeiros, tem dinheiro, quer desenvolver o setor agrícola, agroalimentar e florestal, e Portugal tem o conhecimento, tem o 'know-how', tem as empresas com experiência e com sofisticação", afirmou, acrescentando que o objetivo é desenvolver "um trabalho conjunto muito profícuo e muito lucrativo para os dois países".
Por isso, adiantou, "foi feito um convite para o ministro argelino ir a Portugal em momento oportuno e ele já aceitou".
A ministra da Agricultura iniciou a visita à Argélia na terça-feira, tendo sido acompanhada de uma comitiva de 13 empresários portugueses à procura de novos mercados para os produtos agrícolas e pecuários nacionais.
O pretexto para a missão empresarial é a reunião dos 5+5, que junta os países do Mediterrâneo europeus (França, Itália, Portugal, Espanha e Malta), aos da margem sul (Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia), disse a ministra à Lusa.
"Do ponto de vista empresarial, também há boas notícias", sublinhou Assunção Cristas.
"Já tivemos notícias de muito bons contactos e de contratos assinados entre empresas portuguesas e argelinas de centenas de milhões de euros", referiu, exemplificando com um acordo para "construção e projeto chave na mão para quatro matadouros e uma rede de frio" e com outro de adjudicação a uma empresa portuguesa de três plataformas logísticas.
Referindo que, atualmente, as exportações portuguesas para a Argélia no setor agroalimentar e florestal valem 50 milhões de euros, a ministra sublinhou que o objetivo é apostar mais no setor alimentar.
"Aquilo que senti aqui é que não só há grande interesse pelos nossos produtos como também na prestação de serviços ao nível da consultoria e da agricultura, ao nível da irrigação e, no fundo, em tudo aquilo que é necessário para ter uma exploração agrícola e uma exploração agroindustrial a funcionar bem", disse.
Por outro lado, Portugal também pode ser alvo de investimentos argelinos.
"Em 2012, [a Argélia] não exportou nada [para Portugal na área agroalimentar] e, portanto, pode haver interesse em conhecer melhor as potencialidades do mercado português enquanto destino de exportações", admitiu Assunção Cristas, adiantando que "há muitíssimas oportunidades".
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