Estaleiros Navais de Viana do Castelo dão lugar à West Sea em Janeiro
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 28 nov (Lusa) - A nova empresa a criar no âmbito da subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) ao grupo Martifer vai chamar-se West Sea e começa a operar em janeiro.
A informação foi avançada hoje à Lusa por fonte ligada ao processo da subconcessão, no qual a Martifer prevê recrutar, a partir de janeiro e durante três anos, cerca de 400 trabalhadores.
A nova empresa a criar pelo grupo português, que já detém a NavalRia, em Aveiro, será denominada de West Sea - Estaleiros Navais, assumindo a subconcessão até 31 de março de 2031.
Fundados a 04 de junho 1944, no âmbito do programa do Governo para a modernização da frota de pesca do largo, os ENVC chegaram a empregar, de forma direta, cerca de 2.000 trabalhadores.
Em 69 anos construíram mais de 220 navios de todos os tipos.
A empresa pública, nacionalizada em setembro de 1975, conta hoje com 609 trabalhadores e a administração vai avançar com um plano amigável de cessação dos contratos que custará mais de 30 milhões de euros em indemnizações, a assegurar com recursos próprios, públicos, e a concluir até janeiro, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Pela subconcessão, o grupo Martifer pagará ao Estado 415 mil euros por ano, envolvendo a mesma exclusivamente a utilização dos terrenos, edifícios, infraestruturas e alguns equipamentos afetos.
"O grupo Martifer, através da sociedade a constituir para o efeito, pretende desenvolver a sua atividade no mercado nacional e internacional e implementar, nas áreas afetas à aludida subconcessão dos ENVC, um projeto de construção e reparação naval, no âmbito do qual se prevê a criação de cerca de 400 novos postos de trabalho ao longo dos próximos três anos", lê-se no comunicado enviado quarta-feira pelo grupo português à Comissão de Mercados de Valores Mobiliários.
O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, reúne-se esta quinta-feira com a comissão de trabalhadores dos estaleiros e com os deputados eleitos pelo distrito, encontros que servirão para abordar o futuro dos atuais operários.
O concurso da subconcessão, anunciado em abril pelo Governo, previa em paralelo o encerramento da empresa e o despedimento dos trabalhadores.
Esta foi a solução definida pelo Governo português depois de encerrado o processo de reprivatização dos ENVC, devido à investigação de Bruxelas às ajudas públicas atribuídas à empresa entre 2006 e 2011, não declaradas à Comissão Europeia, no valor de 181 milhões de euros.
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