Novo Banco: "Intransigente" com saída de trabalhadores que contestam em tribunal

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 abr (Lusa) - O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, disse hoje que a instituição está "intransigente" com o processo de saída dos trabalhadores que pedem a impugnação do despedimento colectivo pelo qual foram abrangidos.

Cerca de 30 trabalhadores do Novo Banco abrangidos pelo despedimento coletivo no verão do ano passado puseram ações em tribunal a pedir a impugnação daquele processo, disseram vários trabalhadores à Lusa, em março passado.

"Não há novidades. Temos que conviver sempre com algumas divergências de entendimento. Trata-se de uma classe específica de trabalhadores, a maior parte dos quais muito acima da média do ponto de vista de remuneração, o que significa naturalmente que os valores em causa são mais significativos. Mas mantemo-nos intransigentes na nossa visão sobre o assunto", afirmou hoje António Ramalho, quando questionado por este processo na apresentação de contas do banco, referentes a 2016.

Os trabalhadores questionam a licitude dos despedimentos e pedem anulação do processo laboral pelo qual foram dispensados do banco de transição que resultou do ex-Banco Espírito Santo (BES).

Cada trabalhador apresentou o respetivo pedido de impugnação individual e os tribunais devem agora chamar a entidade liderada por António Ramalho a pronunciar-se.

As mesmas fontes disseram à Lusa que houve um trabalhador (que estava pré-reformado e foi envolvido no mesmo despedimento coletivo) que preferiu avançar para tribunal, contestando a indemnização atribuída, reclamando mais créditos laborais, e que ganhou o processo na primeira instância. Esta decisão é passível de recurso pelo Novo Banco.

No ano passado, o Novo Banco promoveu a saída de centenas de trabalhadores, quer através de reformas antecipadas, quer por rescisões por mútuo acordo. Iniciou ainda um processo de despedimento coletivo que estava previsto envolver inicialmente mais de 50 pessoas, mas reduziu a abrangência e superou as 30, uma vez que em alguns casos houve acordos.

Hoje, o presidente do Novo Banco afirmou que já aderiram este ano aos planos de pré-reformas e rescisões voluntárias 268 trabalhadores, o que, a somar ao número dos que saíram em 2016, leva ao cumprimento das metas definidas para junho.

Com as saídas em 2016, o Novo Banco "está quase no cumprimento dos objetivos já definidos para junho, que seriam de reduzir até 1.500 pessoas", afirmou hoje, acrescentando que, "com os programas de rescisões voluntárias e de reformas induzidas que foram realizadas e anunciadas há cerca de três meses e que já hoje têm uma adesão de 268 pessoas", a meta vai ser ultrapassada.

Em 31 de março, foi assinado o contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução e o fundo norte-americano Lone Star, para a alienação de 75% do Novo Banco, mantendo o Fundo de Resolução 25%.

IM/SP (VP)// JNM

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