Sector está demasiado concentrado em alguns mercados de exportação - Viniportugal

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Porto Canal / Agências

Redação, 28 nov (Lusa) - A Viniportugal, encarregue da promoção dos vinhos portugueses, entende que o setor está demasiado concentrado em determinados destinos de exportação e deve "desbravar outros mercados" onde pode criar mais valor através da diferenciação.

Em declarações à agência Lusa à margem do Fórum Vinhos de Portugal, que decorre hoje na Curia, o presidente da Viniportugal, Jorge Monteiro, destacou o potencial de mercados como o Japão, Macau, Singapura, Colômbia, Venezuela, Nigéria, Marrocos, Moçambique e Rússia, para onde as exportações de vinhos portugueses são ainda residuais.

"Identificámos que, na exportação de vinhos, Portugal se especializou num relativamente reduzido número de mercados. O que pretendemos é mostrar que há outros mercados que, embora não tenham grande dimensão, valorizam bem o vinho e têm uma dimensão compatível com a das nossas empresas, sendo até, alguns deles, relativamente próximos", afirmou Jorge Monteiro.

"Portanto - acrescentou - em vez de andarmos todos a trabalhar os mesmos mercados, competindo muitas vezes por via dos preços, podemos trabalhá-los por via do argumento da diferenciação e da diversidade".

Salientando que o objetivo é "fazer passar aos agentes económicos que há muitas outras oportunidades de mercado para além daqueles que se está a trabalhar", Jorge Monteiro disse estarem já previstas pela Viniportugal para 2014 "duas pequenas experiências" no Japão e em Singapura.

"Estamos a falar de um pequeno envelope financeiro, de 100 mil euros no Japão e um pouco mais em Singapura, onde vamos começar a fazer alguma aproximação ao mercado, precisamente porque entendemos que têm potencial", adiantou à Lusa.

Segundo esclareceu, "não serão grandes eventos, mas ações muito centradas na formação e educação dos profissionais, desde escanções a jornalistas de vinhos, trabalhando a hotelaria e a restauração".

A opção da Viniportugal por estes dois mercados é justificada por Jorge Monteiro pelas suas elevadas dimensão e distância face a Portugal, que justificam "a presença da marca país porque o esforço financeiro necessário [para a promoção] é mais elevado".

Já "em mercados de proximidade, mais pequenos e onde a marca Portugal é mais conhecida", a associação defende que "as marcas privadas podem ter intervenções mais eficazes e avançar sozinhas, porque as exigências financeiras são menores".

"Quando falamos em promoção temos que falar, obviamente, na promoção da marca país (que é o que a Viniportugal faz) e na promoção das denominações de origem (que as CVR [comissões de viticultura regionais] e o Instituto do Vinho do Porto fazem), mas, também, da promoção das marcas privadas. Isto tem que ser um exercício coletivo, em que há espaço para todos, mas tem que haver coordenação", sustentou o presidente da direção da Viniportugal.

No fórum que hoje decorre na Curia estará no centro do debate "a importância da informação de mercado para as políticas de exportação" e irão ser apresentados os planos de promoção do setor para 2014.

"O Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e a Viniportugal, conscientes da importância da informação sobre os mercados, têm vindo a trabalhar cada vez mais de forma articulada e é o fruto deste trabalho que será apresentado no fórum. As exportações de vinho português têm evoluído de forma positiva e constante, mas a concorrência é forte, pelo que revela-se importante trabalhar e disponibilizar a informação certa aos intervenientes do setor", sustenta a associação.

Atualmente, os principais mercados de exportação do vinho português são Angola, França, Reino Unido, EUA, Holanda, Bélgica, Alemanha, Canadá, Brasil, seguidos da Suíça, Espanha, Suécia, Polónia, China e Dinamarca.

PD // MSF

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