Centenas aprovaram em Braga "voto de rejeição" ao Orçamento do Estado
Porto Canal / Agências
Centenas de pessoas em Braga aprovaram um "voto de rejeição" ao Orçamento do Estado (OE) para 2014, que apelidaram de pacote de "terrorismo social", e exigiram que o Presidente da República peça a fiscalização preventiva daquele documento.
Depois de uma marcha por uma das principais avenidas de Braga, cerca de 300 pessoas aprovarem a resolução da CGTP que, além da rejeição do OE, apela à participação nas manifestações e vigílias a promover pelos sindicatos entre 16 e 20 de dezembro.
"Hoje, aqui nesta vigília, afirmamos que é urgente lutar para derrotar estas políticas e este Governo. É necessário derrotar este OE, que é inconstitucional e destrói a economia e o emprego", explicou, na intervenção no final da marcha, o responsável pela União de Sindicatos de Braga, Joaquim Daniel.
Segundo este sindicalista "é tempo de dizer basta" pelo que apontou "alternativas" aquilo que chamou de "política de desastre económico, de exploração dos trabalhadores e de empobrecimento do povo" que, disse, representa o OE.
"Descida do IVA para os 6% sobre bens e serviços do cabaz básico, IVA a 13% na restauração, redução da economia não registada, progressividade no IRC, eliminação da dedução dos dividendos", apontou, entre outras medidas.
Os manifestantes aprovaram, "por total e clara unanimidade", um "voto de rejeição" ao OE2014 - entretanto aprovado no Parlamento pelos partidos que sustentam a maioria no Governo - e a resolução propostas pela CGTP.
Para os manifestantes, o OE2014 "configura mais um autêntico pacote de terrorismo social" que "acentua a violência sobre os que menos têm, diminui os salários, agrava fortemente o aumento da carga fiscal e diminui drasticamente o rendimento das famílias".
Por isso, apelaram a Cavaco Silva que "peça a fiscalização preventiva do documento, que mais não faz do que destruir o Estado democrático".
A resolução apela ainda à "intensificação da luta" contra a política do Governo e à participação nas ações que entre 16 e 20 de dezembro vão ser promovidas pela CGTP "pelo aumento dos salários e pensões, pelo emprego com direitos, pela proteção social".
A marcha e concentração reuniram representantes de vários sindicatos no distrito de Braga, assim como trabalhadores de empresas em dificuldades com cartazes alusivos aos "dramas sociais" no distrito.
"Vim porque há quatro meses que não recebo salário e trabalho todos os dias. Mas vou ter que deixar de o fazer. A partir de amanha não tenho dinheiro para ir trabalhar. Depois de amanhã já não vou ter dinheiro para comer", disse à Lusa Paula Castro, 32 anos, empregada de uma confeção de Guimarães.
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