Direção do PS precisa de se libertar de Sócrates e de Soares -- PSD
Porto Canal / Agências
Lisboa, 26 nov (Lusa) - O líder parlamentar do PSD desafiou hoje a direção socialista de António José Seguro a libertar-se de uma "liderança ensombrada" pelo seu antecessor, José Sócrates, e pelo fundador do PS Mário Soares.
No encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2014, na Assembleia da República, Luís Montenegro sustentou que só assim o PS ficará disponível para o diálogo com a maioria PSD/CDS-PP, e apelou à "clareza" e à "coragem".
Numa alusão à conferência impulsionada por Mário Soares que se realizou na quinta-feira, na Aula Magna, em Lisboa, o líder parlamentar do PSD perguntou: "Afinal, quem faz hoje a agenda do PS? O seu secretário-geral, ou essa aula magna que instiga a quebra da urbanidade e do respeito democrático e que exige, de uma assentada e cumulativamente, a queda do Governo, a queda do parlamento e a queda do Presidente da República? Onde está a defesa do Estado de direito e onde está a defesa da Constituição da República?".
Luís Montenegro, que neste ponto do seu discurso foi interrompido por palmas das bancadas da maioria, afirmou: "O país espera do PS a capacidade para conjugar esforços num diálogo sobre o nosso futuro coletivo, mas para isso é preciso que tenha verdadeira vontade. Tenho para comigo que isso só acontecerá quando se libertar de uma liderança ensombrada pelo ex-líder [José Sócrates] e pelo fundador [Mário Soares], alternadamente".
Segundo o social-democrata, "ainda se ouvem palavras construtivas e de moderação em Francisco Assis [membro do Secretariado Nacional do PS] ou mesmo em Teixeira dos Santos [ministro das Finanças do anterior Governo do PS], que defendeu a abstenção do PS neste Orçamento do Estado".
"E o silêncio da direção do PS, que valor devem os portugueses atribuir-lhe? De concordância encapotada, ou de discordância envergonhada?", interrogou.
"Todos precisamos de clareza. O futuro de Portugal precisa da clareza de todos. Todos precisamos de humildade e de coragem, e o futuro de Portugal precisa da humildade e da coragem de todos", defendeu.
Luís Montenegro sustentou que "o patriotismo e a responsabilidade sobre as futuras gerações" obrigam a um "entendimento mínimo sobre o caminho a seguir, sem complexos e sem fantasmas".
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