Ensaio aberto da nova produção do Teatro São João atrai curiosos e profissionais

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Porto Canal com Lusa

Porto, 24 mar (Lusa) -- O primeiro de três ensaios abertos de "Macbeth", nova produção do Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, realizou-se hoje com a assistência de curiosos e profissionais das artes cénicas.

A primeira sessão dos Ensaios Abertos, integrados no ciclo "Escritas, Reescritas, Traduções", envolveram cerca de duas dezenas de pessoas que se inscreveram no quinto dia de trabalho da equipa por trás de "Macbeth", espetáculo que tem estreia marcada para 01 de junho, contando com a participação de António Feijó, vice-reitor da Universidade de Lisboa e especialista na obra do dramaturgo.

Nuno Carinhas, que encena o espetáculo e é diretor artístico do TNSJ, disse à agência Lusa, à margem da iniciativa, que a ideia surgiu da vontade de convidar algumas personalidades que tivessem trabalhado sobre a obra do dramaturgo inglês, e pudessem "vir partilhar com o núcleo de atores e o resto da equipa as suas ideias acerca do texto, nesta fase de 'fabricação' do espetáculo".

Daí surgiu a "mais-valia de poder abrir a um público restrito estes ensaios com convidados", graças a um grupo de atores "generosos e preparados para isto", num momento - o ensaio de leitura - que "não é invasivo em relação ao processo de criação" e que pode ajudar sobretudo estudantes de teatro e outros profissionais da área, "que virão a integrar equipas semelhantes a esta".

Carinhas, que se estreia a encenar uma obra de Shakespeare (1564-1616) com a chamada 'peça maldita', revelou que esta era "a altura ideal para fazer a peça", da qual não se sente a "maldição associada".

Percebe-se que uma coisa que tem bruxas e premonições é passível de abrir algumas superstições, mas são coisas que aconteceriam noutras circunstâncias quaisquer.

"Há uma série de acidentes, se quisermos colecionar, que acabam por fazer parte da história secreta de 'Macbeth'", comentou, dando o exemplo do Teatro Nacional D. Maria II, que ardeu durante a noite de estreia desta peça em 1964.

Manuel Tur, ator e encenador de 31 anos, foi cativado "pelo fascínio em torno da peça", por achar "fascinante assistir aos processos de outros colegas", pelo elenco e pelo trabalho de Nuno Carinhas, ainda que a presença de António Feijó, "grande conhecedor de Shakespeare", o tenha convencido a participar no que apelida de "invasão positiva" do trabalho dos atores.

Adriana Moreira, professora do ensino secundário na Escola Secundária Filipa de Vilhena, explicou que o que a motivou a inscrever-se "foi a curiosidade" de "ver os atores um bocadinho em bruto e vê-los depois de terem trabalhado o texto".

"Não fazia a mínima ideia de como seria um ensaio e achei que poderia ser interessante. Achei muitíssimo interessante, e estou a pensar em vir aos próximos também", completou a docente, de 62 anos.

Helena Machado, 38 anos, diretora do curso profissional de Artes de Espetáculo, na Academia Contemporânea do Espetáculo, quis participar na sessão pela progressão no estudo de Shakespeare, enquanto docente de dramaturgia, mas também por ser "fã incondicional do trabalho do Nuno Carinhas".

Do lado dos atores, João Reis considerou, em declarações à Lusa, a iniciativa como "uma experiência interessante", numa "fase inicial do processo", em que a presença de António Feijó, um "perito em Shakespeare", pode ajudar a "aguçar a curiosidade das pessoas", tanto assistência como equipa criativa.

O ator, que interpreta o papel titular, de um nobre escocês que ouve uma profecia de três bruxas e decide agir para chegar ao trono da Escócia, afirmou não se sentir "invadido" pela assistência, "podendo até ser empolgante" para ajudar o público "a perceber melhor o que leva um ator ou um encenador a chegar a um determinado fim".

"Ao perceber melhor os mecanismos de construção de um espetáculo, as pessoas podem envolver-se e interessar-me mais por ele. É muito estimulante, porque trabalhamos para o público, e a sua presença é um estímulo acrescido. Estas iniciativas aproximam as pessoas do texto", completou o ator, que disse ainda que a possibilidade de assumir a encenação de uma das peças do 'bardo' "é uma tentação", mas está fora dos planos de momento, devido aos recursos necessários para levar Shakespeare a palco.

SIYF/JZB // MAG

Lusa/fim

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