UGT: Orientações para 49 sindicatos e 458.000 associados discutidas a partir de sábado

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 24 mar (Lusa) - A central sindical UGT define a partir de sábado as orientações a seguir nos próximos quatro anos pelos seus 49 sindicatos, sete federações e 458.000 associados no XIII congresso que se realiza no Porto.

De acordo com o relatório de atividades que será apresentado aos 778 congressistas, a UGT conta agora com mais uma federação mas perdeu 20.000 associados no último quadriénio.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, houve um crescimento global da sindicalização na administração pública, mas um decréscimo em quase todos os outros setores, devido ao agravamento do desemprego.

Os delegados ao congresso vão debater ao longo de dois dias as grandes linhas de orientação político-sindical para o próximo quadriénio, período em que a UGT pretende centrar a sua ação na defesa do crescimento e do emprego e de uma política de rendimentos que garanta aos portugueses uma mais justa distribuição da riqueza.

Na resolução programática que será levada ao XIII congresso da UGT, que se realiza sábado e domingo no Porto, a central sindical assume que irá "defender o crescimento, a dinamização da atividade económica e o emprego como via essencial para gerar receitas públicas".

O objetivo é promover políticas de crescimento, através do aumento do investimento público e privado, pelas exportações, mas também por via da procura interna, "o que implica um compromisso sobre a política de rendimentos e o reforço da produtividade/competitividade".

Para tal, é preciso reforçar investimento público em áreas estruturantes da economia e da sociedade, como as energias renováveis, transportes, infraestruturas, qualificação, inovação e ambiente.

Para assegurar o crescimento económico e o emprego, a UGT considera necessário aprofundar o diálogo social a nível nacional e a negociação europeia de condições que permitam reduzir o défice, nomeadamente a renegociação das condições de pagamento da dívida.

Na resolução programática é defendida a necessidade de "uma verdadeira política de rendimentos", que garanta "uma justa distribuição da riqueza".

"O crescimento do rendimento das famílias é não só um fator determinante para o bem-estar das pessoas e melhoria da coesão económica e social, como assume, no quadro atual, um papel decisivo para um relançamento mais forte do crescimento económico, por via da dinamização do consumo privado, elemento que continua a ser apontado pelas empresas como um dos constrangimentos ao investimento privado e a um maior nível de atividade económica", lê-se no documento.

Assim, a UGT continuará a bater-se por "aumentos salariais que garantam a melhoria do poder de compra dos trabalhadores, pela melhoria das pensões e prestações sociais e por uma política fiscal mais justa e equitativa, fatores indissociáveis da reposição de justiça e equidade sociais e da promoção da coesão social".

A UGT promete ainda que defenderá sempre a relevância de consensos sociais tripartidos sobre política de rendimentos de médio prazo, incluindo a política fiscal.

Para a central sindical é ainda prioritário combater o desemprego e a precariedade, "que se mantém em níveis excessivamente elevados no contexto europeu.

RRA // JNM

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