Barcelona, Espanha, 23 mar (Lusa) -- A Seat garante que das suas contas ficarão de fora os danos do denominado 'dieselgate', que envolveu fraude no registo de emissões de gases poluentes, por a responsabilidade ser totalmente assumida pela Volkswagen (VW).

"Todo o montante necessário para pagar as penalidades nos Estados Unidos será pago pela VW AG. Não seremos afetados porque foi claramente um erro da VW, que está a assumir as suas responsabilidades", afirmou à Lusa o vice-presidente da SEAT responsável pelas finanças, Holger Kintscher.

"Há um tratamento justo para a SEAT e estamos satisfeitos por não sofrer devido ao 'dieselgate'", disse.

Kintscher admitiu que a imagem da marca pode ter ficado afetada "um pouco na Alemanha, mas pouca coisa", até porque o "mercado alemão tem evoluído bem", notando que os maiores impactos foram para a VW.

A VW vai indemnizar em pelo menos 1.120 milhões de euros (1.200 milhões de dólares) os 78 mil proprietários de veículos afetados pela fraude e irá recomprar cerca de 20 mil veículos e reparar os restantes, assumindo os custos, para que respeitem os regulamentos ambientais.

Em todo o mundo, cerca de 11 milhões de veículos foram afetados pela fraude cometida pelo grupo VW, dos quais oito milhões na Europa e 125 mil em Portugal.

Falando depois da apresentação dos resultados financeiros da multinacional, com fábrica em Barcelona, o responsável, sem revelar os números em relação a Portugal, indicou que o "mercado português é um bom mercado e importante".

"Contribuiu também para os nossos resultados", acrescentou a mesma fonte, que hoje anunciou o regresso a terreno positivo, desde 2007, ao registar um lucro operacional de 143 milhões de euros em 2016. Em 2015, a Seat tinha apresentado prejuízos de sete milhões de euros nesta parcela.

Questionado sobre novidades para a fábrica Autoeuropa em Palmela, onde é produzido para a Seat o modelo Alhambra, o responsável respondeu que "por enquanto não", recordando, porém, que a infraestrutura acolhe o novo SUV T-Roc da VW.

"As instalações são boas e vejo um bom futuro para a produção em Portugal", acrescentou

Sem comentários acerca da aquisição da Opel pelo grupo PSA da Peugeot e Citroen, o alemão indicou apenas que a Seat espera pelo que os "concorrentes estão a fazer".

Já sobre notícias da eventual aproximação da VW à Fiat Chrysler com vista a uma fusão, o vice-presidente da Seat negou e citou o CEO da VW, Matthias Muller, que na semana passada afirmou no 'quartel general' da marca (Wolfsburgo): "ainda não houve uma única discussão sobre a compra".

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