Centro Manuel de Brito abre três exposições com obras de arte nunca mostradas

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 23 mar (Lusa) - Três exposições, uma delas com muitas obras oferecidas por 50 artistas ao colecionador Manuel de Brito (1928-2005), nunca mostradas ao público, vão ser inauguradas a 30 de março, no Centro de Arte Manuel de Brito (CAMB), em Algés.

"O Afeto", "Os artistas surrealistas na Coleção Manuel de Brito" e "O Legado de Mário-Henrique Leiria" são as três exposições que estarão patentes ao público, de 31 de março a 17 de setembro, de acordo com o CAMB.

Na exposição "O Afeto" vão ser reunidas obras oferecidas à família do colecionador Manuel de Brito por cinquenta artistas, desde Sonia Delaunay, nascida em 1885, a Rui Pedro Jorge, nascido em 1987, ao longo de meio século, em ocasiões especiais como visitas a ateliês, no Natal, nascimento dos filhos ou aniversários.

Manuel de Brito foi um dos mais importantes galeristas portugueses do século XX, tendo reunido ao longo da vida uma coleção de arte com cerca de 2000 obras, desde desenho, a pintura e escultura.

Nesta exposição há obras nunca exibidas publicamente, como uma tela de Júlio Pomar, que foi prenda de casamento, uma carta de despedida de António Dacosta, com um desenho a pastel, ou "A Marquesa saiu às Cinco", de Paula Rego, quando da sua exposição individual no CAMB, e um retrato de Manuel de Brito pintado por Fátima Mendonça, após a morte do colecionador.

Na mesma data, o CAMB vai inaugurar a mostra "Os artistas surrealistas na Coleção Manuel de Brito", com obras de artistas como António Pedro, Cândido da Costa Pinto, António Dacosta, Artur do Cruzeiro Seixas, Jorge Vieira, Fernando Azevedo, Mário Cesariny de Vasconcelos, Marcelino Vespeira, Carlos Calvet da Costa, Eurico Gonçalves, António Quadros, Raul Perez e Mário Botas.

No terceiro núcleo expositivo é apresentado "O Legado de Mário-Henrique Leiria", cujo espólio foi adquirido, após a sua morte, em 1980, por Manuel de Brito, por estar em risco de se perder.

Poeta, escritor, tradutor, pintor, crítico de arte e editor, Mário-Henrique Leiria, o autor de "Contos do Gin Tonic", envolveu-se ativamente no Grupo Surrealista Português entre 1949 e 1951.

"Tinha o espírito de colecionador, guardava tudo dele, dos seus parceiros e de outros escritores e pintores, desde os cartazes feitos à mão das exposições surrealistas até às fotografias, catálogos, manifestos, e tudo o que se relacionava com as artes e letras", recorda o CAMB.

O centro de arte fez uma escolha dos seus desenhos, dos 'cadavre-exquis' feitos com os seus companheiros, das colagens e das pinturas, e foram ainda incluídas obras de Artur do Cruzeiro Seixas, Jorge Vieira, Mário Cesariny de Vasconcelos, António Domingos, António Maria Lisboa, António Areal, Carlos Calvet da Costa, Carlos Eurico da Costa, Fernando Alves dos Santos, António Paulo Tomaz, Henrique Risques Pereira e Pedro Oom.

De Mário-Henrique Leiria foram recentemente publicados textos inéditos, no volume de "Casos De Direito Galáctico E Outros Textos Esquecidos", pela E-Primatur, que se juntam a edições anteriores de "Depoimentos Escritos - Contos, poemas e cartas de amor", "Contos do Gin Tonic" e "Novos Contos do Gin Tonic", da Editorial Estampa.

Em 1994, o Museu do Chiado, em Lisboa, apresentou a exposição "Coleção Manuel de Brito - Imagens da Arte Portuguesa do Século XX" com uma seleção de obras de artistas portugueses, entre os anos de 1910 e 1970, e núcleos autorais posteriores.

A inauguração das três novas exposições está marcada para o dia 30 de março, as 18:30, no CAMB, instalado no Palácio dos Anjos, em Algés.

AG // MAG

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