Primeiro-ministro chinês adverte Austrália contra o protecionismo
Porto Canal com Lusa
Pequim, 23 mar (Lusa) - O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, advertiu hoje contra o protecionismo, afirmando que o seu país planeia reduzir o défice comercial com a Austrália através do aumento das trocas comerciais, ao invés da sua redução.
Li afirmou num discurso no parlamento australiano que a globalização gerou "alguns problemas", mas que não se pode culpar o livre-comércio.
A China "não pode fechar as portas" para resolver os seus desequilíbrios comerciais com a Austrália, afirmou Li Keqiang, após em 2016 o país ter registado um défice no comércio com a Austrália no valor de 50.000 milhões de dólares, sobretudo devido à alta procura chinesa por carvão e ferro.
"Acreditamos que para resolver o desequilíbrio, temos de continuar a expandir as trocas comerciais", afirmou o primeiro-ministro chinês.
Li e o seu homólogo australiano, Malcolm Turnbull, vão hoje discutir os detalhes do alargamento do seu acordo de livre-comércio, vigente por dois anos, nas áreas investimento e serviços.
Numa das suas primeiras decisões após tomar posse, o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do Acordo Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), um ambicioso bloco comercial na Ásia Pacífico e um pilar central da estratégia de Obama na região.
A Austrália era um dos principais defensores do bloco, que Pequim considera ter como objetivo travar a sua crescente influência na região.
A visita de Li à Austrália e Nova Zelândia, que começou na quarta-feira, é a primeira de um primeiro-ministro chinês em onze anos.
Li é também o mais alto responsável chinês a visitar a Austrália desde 2014, quando o Presidente Xi Jinping, fechou o acordo de livre-comércio.
Turnbull sugeriu que dois lideres vão ainda abordar a questão do Mar do Sul da China, reclamado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos.
"O primeiro-ministro Li e eu vamos discutir, como fizemos antes, a importância de proteger a manter a estabilidade na nossa região", disse Turnbull.
"Acreditamos que a China tem uma grande contribuição a fazer para a paz global e prosperidade, numa era de rápidas mudanças", afirmou.
Li disse que a China vai cooperar com a Austrália para garantir a liberdade de navegação nas regiões divididas.
A China "nunca vai procurar a hegemonia e domínio", disse.
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