Ana Gomes congratula passo na consolidação da democracia

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Porto Canal com Lusa

Díli, 22 mar (Lusa) - A eurodeputada Ana Gomes disse hoje que as eleições presidenciais de segunda-feira em Timor-Leste, o primeiro sufrágio organizado apenas pelas autoridades timorenses, representaram um passo na consolidação da democracia do país.

"Estas foram as primeiras eleições nacionais que autoridades timorenses organizaram sem a assistência da ONU, o que representa um passo significativo na consolidação da democracia timorense. Muitos parabéns por esta realização que reforça a confiança na governação do vosso país", afirmou em conferência de imprensa em Díli.

Um voto em que se destacou "o grande empenho da população em todo o processo eleitoral" que "apesar das dificuldades financeiras e logísticas" se deslocou para votar, em alguns casos "percorrendo a pé longas distâncias para aceder às estações de voto", disse.

Ana Gomes liderou a missão de sete eurodeputados de cinco países - incluindo a portuguesa Marisa Matias - que esteve integrada na missão de observação eleitoral da União Europeia (UE) em Timor-Leste e que acompanhou, na segunda-feira, a votação nas cidades de Díli, Baucau, Liquiçá e Manatuto.

"Ficámos globalmente muito bem impressionados com a administração e organização do ato eleitoral que se realizou de forma pacífica e serena. Ficámos particularmente satisfeitos com a competência demonstrada pelos membros da mesa de voto, notando que muitos eram mulheres e jovens", afirmou.

Salientando que os eurodeputados partem de Timor-Leste "com uma impressão muito positiva", Ana Gomes quis destacar aspetos que, considerou, podem ser melhorados para processos eleitorais futuros.

Em particular, e ecoando o que foi dito no relatório preliminar de avaliação da missão de observação, Ana Gomes referiu-se ao financiamento dos partidos políticos, considerando que a não-aplicação do quadro regulatório coloca "alguns candidatos em situação de clara desvantagem".

"A falta de identificação da proveniência do financiamento pode propiciar influência externa na política timorense. Se este problema não for devidamente tido em conta, receamos que possa ainda fomentar corrupção e consequente enquinamento do sistema político", disse.

Relativamente a esta questão, Ana Gomes manifestou ainda preocupação pelo desigual acesso aos 'media', com candidatos com mais fundos a estarem "em clara vantagem face aos que têm recursos limitados" para as suas campanhas.

"Tendo em conta que determinados partidos políticos estão a criar os seus próprios canais de comunicação social, entendemos que se impõe uma efetiva regulação do setor para garantir transparência e equidade, nomeadamente durante campanhas eleitorais", afirmou.

Ana Gomes referiu-se ainda ao facto de nas mesas não se ver de forma sistemática se os eleitores tinham os dedos marcados com tinta indelével, indicando que já teriam votado, ainda que isso não tenha tido impacto no voto.

Destacou também o "número reduzido de observadores nacionais" nas eleições apelando à comunidade internacional para dar mais apoio no fortalecimento das capacidades da sociedade civil timorense nesta matéria.

Durante a visita a Timor-Leste eurodeputados reuniram-se com candidatos, com as autoridades eleitorais, sociedade civil, com o presidente do Parlamento Nacional e com o primeiro-ministro e ainda com outras individualidades como o ex-chefe de Estado, José Ramos-Horta e o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento.

Encontros em que, observou, se expressou o "apoio do Parlamento Europeu na consolidação do processo democrático em Timor-Leste", reiterando que "toda a União Europeia estarão ao lado do povo de Timor-Leste na consolidação da sua democracia".

Francisco Guterres Lu-Olo foi eleito na segunda-feira como Presidente da República em Timor-Leste, obtendo 57,08% dos votos válidos, à frente do segundo classificado, António da Conceição, com 32,47%, segundo dados finais provisórios.

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