Edward Snowden afirma que se vive na "era dourada da vigilância"

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Porto Canal com Lusa

Hanover, Alemanha, 21 mar (Lusa) - O ex-analista informático da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden, afirmou hoje que se vive uma "era dourada da vigilância" dos cidadãos, que os governos não têm interesse em impedir.

Falando por vídeo-conferência, a partir da Rússia, na feira da indústria informática CeBIT, que se realiza em Hanover, na Alemanha, Snowden afirmou que pouco mudou desde que denunciou a vigilância em massa indiscriminada feita pela NSA a cidadãos de todo o mundo seguindo o seu rasto na internet e através dos telemóveis.

"Não são precisos fornos micro-ondas" para se seguir os movimentos dos cidadãos, porque milhões de pessoas têm câmaras no bolso e em casa, instaladas em telemóveis, televisões e computadores, ironizou, aludindo a uma afirmação de uma conselheira da Casa Branca, Kellyanne Conway, que disse que os micro-ondas podem ser transformados em câmaras.

Citando o representantes das Nações Unidas para a privacidade dos dados, Snowden afirmou que os governos não demonstram interesse em evitar o que se chama no jargão das agências de informações "recolha em massa" e apostar em segurança informática.

As agências de vigilância mundiais, das quais as norte-americanas são "as mais bem orçamentadas", enfrentaram reações por parte de empresas que não querem que os dados dos seus clientes sejam vigiados e optam agora, para além de recolha indiscriminada de quantidades de dados, por "ataques dirigidos".

O armazenamento virtual de dados pessoais em "clouds" na Internet, estejam alojadas nos Estados Unidos ou em outro país, não é seguro porque os dados não encriptados são como "um produto que não passou por qualquer controlo de qualidade".

Empresas como a Google "têm acesso a tudo" o que é armazenado nos seus servidores, indicou.

Questionado sobre o seu futuro, desde um eventual asilo na Alemanha ou extradição da Rússia para os Estados Unidos como parte de uma troca política combinada entre os presidentes russo e norte-americano, Snowden desvalorizou a sua importância como "ícone" de uma campanha contra a vigilância em massa e reafirmou que revelou os métodos da espionagem norte-americana obedecendo à sua consciência.

"A razão pela qual vim a público e arrisquei não era estar seguro. Se quisesse isso, tinha continuado a trabalhar no Hawai para a NSA, ganhando muito dinheiro por relativamente pouco trabalho", afirmou.

Snowden reforçou não se preocupar com o seu destino, sabendo que pode ser extraditado ou julgado por espionagem: "Eu não me preocupo com isso e sofrerei as consequências das minhas escolhas, sejam elas quais forem", afirmou.

APN // JMR

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