Associação de Defesa do Património contra performance com destruição de barcos

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 21 mar (Lusa) - A Associação de Defesa do Património de Lisboa opõe-se à destruição de um conjunto de embarcações tradicionais portuguesas degradadas prevista para quarta-feira, numa performance do artista Hector Zamora no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.

Contactada pela agência Lusa, Aline Hall, presidente da entidade, explicou que foi contactada por vários cidadãos que se manifestaram contra a destruição dos sete barcos prevista para o fim da tarde, sustentando que se trata de "património português".

"Se a ação de destruição dos barcos vai ser feita como está a ser anunciada, não faz nenhum sentido porque é destruir uma arte ao mesmo tempo em defesa da mesma", sustentou a presidente da Associação de Defesa do Património de Lisboa.

Zamora reuniu as sete velhas embarcações de várias zonas da costa portuguesa com base no seu avançado estado de degradação, para realizar esta performance de protesto contra a destruição da pesca artesanal do país.

O objetivo da performance do artista Hector Zamora - intitulada "Ordem e Progresso" - é fazer um protesto contra a destruição da pesca artesanal pelas quotas de pesca determinadas pela União Europeia e também as indústrias globais.

Hoje, numa apresentação à imprensa, no MAAT, o artista justificou a sua performance com o facto de o barco ser "um símbolo universal e representa muito para a cultura portuguesa, porque está relacionado com o mar, os descobrimentos, e é um meio tradicional para obter a sobrevivência".

"Vai ser um espetáculo de uma violência brutal. Vai durar duas horas e meia e, nesse tempo, os 30 trabalhadores da construção vão desfazer grande parte dos barcos que ficarão espalhados pelo espaço do museu", explicou o artista.

Para a presidente da associação, "num momento em que Lisboa tem tanto turismo e que se chama a atenção para a cultura e tradições portuguesas, não faz sentido que estes barcos sejam destruídos".

"Queremos apelar para que a performance tenha outros contornos e que não seja preciso essa destruição", acrescentou.

Aline Hall disse ainda à Lusa que contactou o MAAT sobre a questão, mas que ainda não obteve uma resposta.

"Santa do Cabo", "Rumo a São Braz", "Abutre", Vai com Deus", "Paraíso encantado" são alguns dos barcos de vários tamanhos e diferentes origens e tradições pesqueiras que se encontram na sala oval do museu, para serem alvo de destruição, na quarta-feira, a partir das 18:00.

O artista espera que a ação suscite uma reflexão e sensibilize os visitantes do museu sobre o que está a acontecer à pesca artesanal, não apenas em Portugal, mas também noutros países.

Esta performance é uma nova versão daquela que Hector Zamora realizou em 2012, no Paseo de los Héroes Navales, em Lima, no Peru, e, em 2016, no Palais de Tokyo, em Paris.

A Lusa contactou o MAAT para obter uma reação à posição da associação, mas até ao momento não obteve resposta.

AG // TDI

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