GNRation funciona desde Março sem licença de utilização
Porto Canal
O GNRation, edifício remodelado ao abrigo da Capital Europeia da Juventude Braga 2012, funciona desde março sem licença de utilização apesar de pertencer à Câmara Municipal de Braga e de ter já recebido vários espetáculos e integrar espaços comerciais.
A informação foi adiantada hoje, na habitual conferência de imprensa após a reunião do executivo camarário, pelo próprio presidente da autarquia, Ricardo Rio, que garantiu, no entanto, já ter dado início ao processo de licenciamento.
A remodelação do espaço, que pertence à autarquia e onde funcionava o antigo quartel da GNR, foi apresentada como o projeto "ex-líbris" de Braga 2012, embora só tenha sido inaugurado em 2013 tendo sido arrendado, por 150 euros, à Fundação Bracara Augusta pela autarquia.
"Fomos surpreendidos com uma situação surpreendente, no mínimo, que estamos já regularizar, que é o facto de o equipamento não estar sequer licenciado para efeitos de utilização", revelou.
O edifício integra espaços para galerias, restauração, e lojas, sendo definido pelos responsáveis como um local "dedicado à produção e consumo de atividades artísticas e criativas com vista à atração e maximização de talento, à emergência e interação de ideias e negócios".
Aberto ao público desde março, no GNRation funcionam já alguns espaços comerciais e o local foi palco para vários espetáculos de música, dança e teatro, alguns dos quais promovidos pela própria Câmara Municipal de Braga.
"Ainda por cima, estamos a falar de uma realidade que envolvia quem estava a usufruir do espaço, a Fundação Bracara Augusta, que envolvia o pelouro do urbanismo da câmara, a quem compete realizar esse tipo de trabalho", apontou Ricardo Rio.
O espaço está arrendado à Fundação Bracara Augusta, por 150 euros mensais, instituição que era à data presidida pelo então vereador do Urbanismo, Hugo Pires, que esteve, também encarregue da organização e gestão de Braga 2012.
Sobre o GNRation, Rio considerou ainda que o projeto tem um "conceito ambíguo" que precisa de ser explanado.
"Dentro desse conceito a autarquia vai agora clarificar aquilo que faz sentido que lá se realize e o que não faz sentido", disse.