Washington, 15 mar (Lusa) - A Reserva Federal (Fed) norte-americana deverá subir hoje as taxas de juro, o segundo aumento desde a eleição presidencial de Donald Trump, numa altura em que o mercado laboral e a inflação se mostram favoráveis.

Vários analistas disseram à Lusa que essa deverá ser a decisão, após a reunião de política monetária do banco central norte-americano, que começou na terça-feira.

"O mercado já está a descontar uma subida de 0,25 nas taxas de juro. A evolução das taxas de juro de curto prazo no mercado indica isso mesmo e as próprias intervenções públicas dos membros da Reserva Federal não podiam ser mais explícitas", afirmou Rui Bárbara, economista do Banco Carregosa.

A taxa de juro diretora está atualmente entre 0,50% e 0,75%, um nível considerado baixo.

"A nossa previsão é que a Fed anuncie uma subida de 25 pontos base, colocando o intervalo da taxa dos fundos federais em 0,75% e 1%", disse à Lusa Teresa Gil Pinheiro, analista financeira do banco BPI.

Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio, mostrou-se igualmente convicto de que haverá uma subida de 25 pontos base, com a Fed a continuar "o processo de normalização da política monetária iniciado em dezembro de 2015 e retomado em dezembro de 2016".

Após a reunião do comité de política monetária da Fed será publicado um comunicado e pouco depois haverá uma conferência de imprensa da presidente do banco central, Janet Yellen, para explicar as decisões.

A Fed vai divulgar também novas previsões económicas e deverá dar uma indicação sobre a trajetória futura das taxas.

Os membros do comité de política monetária tinham apontado para três subidas de um quarto de ponto percentual em 2017, mas esta sequência pode acelerar, como sugeriu Yellen, num discurso recente em Chicago.

"A redução do apoio monetário pode não ser tão lenta como foi em 2015 e 2016", advertiu.

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