Macrorregião do Sudoeste Europeu deve ter capacidade de "lobby" - CCDR-N
Porto Canal com Lusa
Vigo, Espanha, 14 mar (Lusa) -- O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) defendeu hoje a necessidade de a macrorregião do Sudoeste Europeu (RESOE), que inclui agora a Cantábria, fazer 'lobby' junto da Europa em defesa de interesses comuns.
"Nós temos que ter a capacidade de 'lobby', mostrar a diferença, mostrar o interesse em que seja possível trabalhar em conjunto e mostrar massa crítica e escala (...) de visibilidade na Europa que de outra forma não teríamos", afirmou à Lusa Fernando Freire de Sousa
O presidente da CCDR-N falava à Lusa à margem da cerimónia, em Vigo, de integração formal da região espanhola da Cantábria à RESOE que inclui já as regiões portuguesas do Norte e Centro e as espanholas da Galiza, Castela e Leão e Astúrias.
Esta macrorregião, constituída em 2010 e pioneira no contexto da cooperação territorial europeia, representa agora "cerca de um terço da área da Península Ibérica" num território que abrange 189 mil quilómetros quadrados. Com 12,7 milhões de habitantes, reúne "um quarto de população" do território ibérico.
"Um conjunto de regiões está a operacionalizar formas de trabalhar em conjunto numa Europa cada vez mais dividida e assente em dificuldades, em muros, em obstáculos. De alguma maneira, estamos a ultrapassar diferenças e a apontar apostas em oportunidades, potencialidades e em tratar conjuntamente problemas", assinalou o responsável.
Assumindo a aposta na cooperação territorial europeia, "as grandes prioridades de trabalho da RESOE são os transportes, a competitividade industrial, o turismo, a demografia, a cultura e a investigação e excelência no ensino superior", indica a CCDR-N.
Para Freire de Sousa, e no âmbito da Comunidade de Trabalho entre o Norte de Portugal e a Galiza, há "uma dimensão muito importante que é a dimensão de cooperação universitária" e ainda "todo o trabalho ligado ao turismo religioso, em particular com a ligação aos Caminhos de Santiago".
"Há um conjunto de dimensões que agora vamos aprofundar, que correspondem aos grandes eixos de trabalho que estão definidos e que agora, do meu lado, gostaria (...), de empurrar, no sentido de [lhes] dar um pouco mais de gás e de dinâmica", assinalou o presidente da CCDR-N, destacando que "a cooperação transfronteiriça foi eleita pelos governos português e espanhol como um tema central da cimeira luso-espanhola que vai ter lugar em Vila Real em final de maio".
No âmbito da cooperação transfronteiriça e da RESOE, Freire de Sousa defende que depois de definidas estratégias e "grandes objetivos" para a macrorregião, deve agora passar-se para a prática e desenvolver projetos concretos para que as comunidades envolvidas possam ter "alguma capacidade de atuação junto da Europa", numa altura em que já se começa a falar no próximo quadro comunitário de apoio.
LIL // JGJ
Lusa/Fim