Costa defende em Berlim reforço do multilateralismo e do pilar europeu da NATO

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 13 mar (Lusa) - O secretário-geral do PS defendeu hoje, em Berlim, o reforço do pilar europeu da NATO, considerando que não se pode "capitular" na segurança e defesa face a derivas nacionalistas e riscos de isolacionismo dos Estados Unidos.

António Costa assumiu estas posições na capital alemã no segundo e último dia da Convenção da Aliança Progressista, organização que integra partidos socialistas, trabalhistas e democratas de vários continentes.

Falando num painel de líderes políticos subordinado ao tema "Sem paz, tudo é nada", o secretário-geral do PS defendeu a tese de que uma União Europeia "unida, forte e mobilizada", assumindo um papel de "ator global", é condição essencial para a estabilidade, sobretudo quando o próprio continente europeu se depara na sua vizinhança com focos de conflito a leste ou a sul, que constituem "ameaças à segurança".

"Não podemos capitular, temos de reforçar a nossa capacidade de defesa e segurança, no quadro da NATO, fortalecendo tanto mais o seu pilar europeu quanto o risco de isolacionismo pode aumentar nos EUA. Os nossos cidadãos temem a ameaça terrorista e destruição do nosso modo de vida", vincou o líder dos socialistas portugueses.

Para António Costa, por isso, "só com maior cooperação policial, judicial e entre serviços de informação se poderá ser eficaz no combate a terrorismo".

"Só em comum podemos afirmar os valores da tolerância, da laicidade, do diálogo intercultural, da integração que previnam a radicalização", frisou ainda.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS começou por fazer a defesa do papel das Nações Unidas na atual conjuntura mundial e da necessidade de reforço do multilateralismo no sistema de relações internacionais.

"Perante o atual quadro de incerteza a nível global, com instabilidade e imprevisibilidade nas relações internacionais, com constantes desafios à paz entre os povos e com o emergir de movimentos e derivas nacionalistas e populistas, não podemos ter outra resposta que não seja o reforço do multilateralismo nas relações internacionais. Nos últimos meses temos assistido a um conjunto de declarações de vários líderes políticos de diversos países a lançar acusações, muitas vezes xenófobas, que apenas potenciam os egoísmos nacionais e colocam em risco as relações entre Estados e entre povos", advertiu o primeiro-ministro português.

Perante estes fenómenos, António Costa considerou "absolutamente necessário" renovar-se "o compromisso com o sistema das Nações Unidas e todas as organizações e plataformas multilaterais, e relançar a ação externa no contexto multilateral".

Outro ponto da intervenção do secretário-geral do PS relacionou-se com o debate em curso sobre o futuro da União Europeia, ponto em que voltou a defender o aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM).

Segundo António Costa, é necessário que a União Europeia avance "assente em bases sólidas e num movimento mobilizador dos cidadãos".

"Por isso, é preciso concluir a UEM, estabilizar o euro, retomar a convergência, o crescimento, o emprego", advogou o líder socialista.

No domingo, no primeiro dos dois dias de convenção em Berlim, António Costa foi eleito para a direção política da Aliança Progressista.

Além de António Costa, vão integrar o 'Board' da Aliança Progressista o chanceler da Áustria, Christian Kern, o antigo primeiro-ministro belga Élio di Rupo, o ex-presidente do Parlamento Europeu e candidato do SPD ao cargo de chanceler alemão Martin Schulz, e o presidente da Junta Geral do Principado das Astúrias e presidente da Comissão Gestora dos socialistas espanhóis (PSOE), Javier Fernández.

Foram ainda eleitos para a direção política da Aliança Progressista o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, o antigo Governador do Estado de Maryland (EUA) e dirigente do Partido Democrático Martin O'Malley, o primeiro Secretário do PSF (França), Jean-Christophe Cambadélis e Piero Fassino (em representação do Partido Democrático de Itália.

PMF // ZO

Lusa/fim

+ notícias: Política

Primeiro-ministro em Cabo Verde na primeira visita fora da Europa

O primeiro-ministro inicia, este sábado, uma visita a Cabo Verde, a primeira fora da Europa, tendo prevista a assinatura de um memorando de entendimento com o seu homólogo cabo-verdiano para criar uma linha especial de microcrédito para empreendedores.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".