Grupo de trabalho quer resolver corte de luz no bairro da Torre (Loures)

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 20 fev (Lusa) -- O grupo de trabalho parlamentar de Habitação quer fazer diligências para resolver a falta de luz elétrica no bairro da Torre, no concelho de Loures, onde vivem em barracas cerca de 70 famílias, disse hoje a coordenadora, Helena Roseta.

"Aquilo que podemos fazer, eventualmente, é diligências para ver se conseguimos que, nem que seja de uma forma provisória, concertada e negociada, a EDP forneça um contador elétrico, em que as pessoas se comprometam a pagar alguma coisa e que possam ter acesso à energia com segurança", afirmou à agência Lusa a coordenadora do grupo de trabalho parlamentar de Habitação, após uma visita ao bairro da Torre, que se encontra sem luz elétrica há quatro meses.

A 15 minutos de carro de Lisboa, no concelho de Loures, o bairro da Torre "ilustra bem a falta que está a fazer um programa nacional de realojamento", declarou a deputada Helena Roseta (PS), referindo que "as barracas não têm condições nenhumas".

Entre cacos e lixo acumulado, o conjunto de barracas que compõem o bairro acolhem 67 famílias, num total de cerca de 250 pessoas, das quais 77 crianças com menos de 14 anos, indicou a presidente da Associação Torre Amiga, Ricardina Cuthbert.

Apelidada de "mãe do bairro", Ricardina Cuthbert defendeu que a solução ideal é realojar e dar melhores condições de vida aos moradores, mas "enquanto não existe essa solução, as famílias têm que ter, pelo menos, luz elétrica".

Nascida e criada no bairro da Torre, Joana Gonçalves, de 27 anos, vive com o marido e as duas filhas, de quatro e 11 anos, numa barraca de chão cimentado e abrigado de chapas velhas, que nem protege totalmente da chuva, nem afasta os roedores.

O corte de luz, registado em outubro, veio dificultar ainda mais a vida desta família, mas trouxe também uma surpresa: Joana Gonçalves está grávida.

"Antes, recebia o Rendimento Social de Inserção e comprava a alimentação para o mês todo, agora tenho que ir quase todos os dias às compras e gasto mais dinheiro. Nunca mais comprei iogurtes", desabafou a moradora.

A acompanhar a visita, a vereadora da Coesão Social e Habitação da Câmara de Loures, Maria Eugénia Coelho, relatou que já há quatro mulheres grávidas desde o corte da luz, o que considera que é positivo para a taxa de natalidade, frisando, porém, que estas famílias precisam de uma solução definitiva de realojamento.

Depois de a operadora EDP ter cortado a luz das habitações, a Câmara de Loures disponibilizou dois geradores de energia, mas os moradores não conseguiram suportar os elevados encargos com gasóleo para manter os aparelhos em funcionamento.

"Temos, sobretudo, feito esforços junto da administração central, nomeadamente o IHRU [Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana] e o Instituto da Segurança Social, para se encontrar uma solução definitiva para este problema", afirmou a vereadora da Coesão Social e Habitação da Câmara de Loures.

De acordo com a autarca Maria Eugénia Coelho, "o concelho de Loures tem ainda muitas situações que precisam da construção de um programa de realojamento para um elevado número de famílias", pelo que é preciso "unir esforços" com a administração central, uma vez que o município "não tem competência, nem tem meios" para responder às situações existentes.

SYSM // ARA

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