Grávida perde bebé devido a demora de atendimento na Unidade da Guarda
Porto Canal (AYR)
Cláudia Costa, grávida no fim da gestação, apresentava perdas de sangue e esperou uma hora e meia por ser atendida pelo obstetra na Unidade da Guarda, acabando por perder a bebé, avança, esta sexta-feira, o Jornal de Notícias (JN).
Cláudia Costa, de 39 anos, tinha o parto marcado para dia 27 deste mês quando, esta quinta-feira, apresentava perdas de sangue e decidiu dirigir-se à Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
De acordo com o que o JN indica, Cláudia entrou em trabalho de parto e foi colocada nas chamadas ‘cintas’ de forma a controlarem o batimento cardíaco da bebé. Estando o batimento acelerado foi chamado o obstetra de serviço.
Uma hora e meia depois apareceu o obstetra reformado de Santarém e indicou que já não havia nada a fazer. O corpo da bebé foi levado para o Instituto de Medicina Legal do Porto.
A administração da Unidade da Guarda já abriu um processo de averiguações para apuramento de responsabilidades na morte da bebé sendo alegada falta de assistência.
"O Conselho de Administração (CA) da ULS da Guarda confirma que deu entrada, ontem [quinta-feira], às 09h30, uma senhora de 39 anos, na urgência de obstetrícia, e que manifestava perdas de sangue pouco significativas tendo de imediato sido registada às 09h34. Feita a ecografia fetal confirmou a morte do feto. A mãe foi encaminhada para o bloco operatório e submetida a uma cesariana", explicou esta sexta-feira aos jornalistas, o presidente do CA da ULS da Guarda.
Indicou ainda que estavam ao serviço dois obstetras e que o atraso de um dos especialistas de serviço "é uma matéria que fica para ser analisada pelos inquiridores que foram nomeados".
Em 2015, a ULS da Guarda foi considerada como hospital "amigo dos bebés".