CTT esperam distribuir dividendos de 60 milhões de euros em 2014
Porto Canal / Agências
Lisboa, 19 nov (Lusa) -- Os CTT deverão distribuir no próximo ano 60 milhões de euros em dividendos de que já beneficiarão os novos acionista, embora o pagamento só acontecerá se os órgãos sociais da empresa o autorizarem.
A informação é avançada no prospeto de oferta pública de venda e de admissão à negociação em bolsa, hoje divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No documento, adianta-se que "o conselho de administração espera estar em condições de propor a distribuição de dividendos no montante de aproximadamente 60 milhões de euros, a serem pagos em 2014", acrescentando, no entanto, que isso ainda está "sujeito a aprovação dos órgãos sociais competentes do emitente".
Quem for acionista em 2014 ou depois disso, os dividendos a receber deverão representar "pelo menos, 90% do lucro distribuível apurado no respetivo exercício", descreve a empresa nas condições de oferta ao mercado.
"Esta política de dividendos foi aprovada em deliberação do conselho de administração do emitente [CTT] estando, contudo, a efetiva proposta de aplicação de resultados sujeita a aprovação pelos órgãos sociais competentes do emitente em cada momento", alerta.
A empresa avisa ainda que a política de dividendos poderá ser alterada no futuro "de modo a refletir, entre outros aspetos, alterações à estratégia de negócio e às necessidades de capital"
Por isso, acrescenta, a distribuição de dividendos estará sujeita às "condições verificadas no momento, incluindo os resultados líquidos consolidados e individuais, os proveitos, a situação financeira, as reservas, a disponibilidade de fundos legalmente distribuíveis e as perspetivas futuras".
Esta série de condições impede que os CTT possam garantir a distribuição de dividendos depois de 2014, conclui.
O Governo anunciou na segunda-feira que as ações dos CTT, vendidas em bolsa no âmbito da privatização da empresa, terão um preço entre os 4,10 euros e os 5,52 euros.
No documento hoje divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, lê-se que "o preço de venda das ações apenas será definido após o final da oferta, adiantando que isso acontecerá a 3 de dezembro próximo.
Os CTT formalizaram, no passado dia 4, a intenção da Parpública avançar com a oferta pública inicial (IPO) em bolsa da empresa, no âmbito do processo de privatização.
A Parpública irá vender "até 105 milhões de ações, representativas de 70% do capital social dos CTT", sendo 21 milhões através de OPV e o restante através de venda direta institucional (84 milhões de ações).
Do total reservado à OPV, um lote de 5,25 milhões de ações será para os trabalhadores dos Correios e 15,75 milhões de ações para o público em geral.
Numa primeira fase, o Estado, através da Parpública, deverá ficar com 30% dos CTT após a IPO. A médio prazo, o Estado deverá sair da empresa.
PMC (CSJ/JMG) // VC
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