Portugal vai manter défice acima de 3% em 2015 - previsões OCDE

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 nov (Lusa) -- Portugal não vai cumprir as metas acordadas com a 'troika', permanecendo com um défice acima de 3% em 2015, segundo a OCDE, que defende um desvio dos objetivos, se o crescimento for menor do que o previsto.

De acordo com o 'Economic Outlook', hoje divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal vai chegar ao fim deste ano com um défice orçamental de 5,7%, valor que deverá cair para os 4,6% em 2014 e para os 3,6% em 2015.

Todos estes valores estão acima dos objetivos acordados entre as autoridades portuguesas e a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), de 5,5% em 2013, 4% em 2014 e 2,5% em 2015.

Os técnicos da OCDE consideram que, tendo em conta que a economia portuguesa permanece fraca, "é importante permitir que os défices orçamentais se desviem dos objetivos se o crescimento se revelar mais baixo do que o esperado para evitar uma espiral negativa entre as condições macroeconómicas e os objetivos orçamentais".

Sublinhando que "a consolidação orçamental vai aumentar a confiança", a OCDE considera que há riscos negativos que se colocam à evolução da economia portuguesa.

Entre os riscos apontados para 2014 estão "a possibilidade de uma contração do consumo privado mais elevada do que o previsto, devido às medidas de austeridade e ao crescimento das exportações mais baixo do que o esperado".

Além disso, a OCDE alerta que um crescimento económico inferior ao projetado iria prejudicar o cumprimento dos objetivos orçamentais.

A Organização aponta ainda riscos políticos, destacando que "um novo chumbo do Tribunal Constitucional às medidas incluídas no Orçamento para 2014, que iria tornar mais difícil o cumprimento da meta do défice e pode aumentar as taxas de juro".

No entanto, a OCDE considera também que há fatores que podem influenciar positivamente a economia portuguesa: "uma recuperação da concessão de crédito mais rápida vai permitir uma recuperação [económica] mais rápida", lê-se no relatório.

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