Câmara de Póvoa de Lanhoso contrata irmã do presidente - PS fala em "escândalo"
Porto Canal
O PS de Póvoa de Lanhoso classificou hoje de "escândalo pegado" a celebração de um contrato de avença entre o Município e a irmã do presidente da Câmara, uma professora aposentada, para prestação de "assessoria" ao vereador da Cultura.
"É um escândalo pegado, com um grau de promiscuidade incrível e inaceitável", referiu aos jornalistas o vereador do PS Frederico Castro, no final da reunião do executivo.
A Câmara de Póvoa de Lanhoso vai celebrar um contrato de avença com a irmã do presidente, Manuel Batista (PSD), num valor que se situará entre os 600 e os 700 euros mensais.
O vereador da Cultura, Armando Fernandes, disse que foi ele mesmo quem escolheu a irmã do presidente para o "assessorar" naquele pelouro.
"Será uma mais-valia para o Município", afirmou.
Para os vereadores do PS, trata-se de uma "clara situação de benefício de uma familiar" do presidente, lembrando que se o pelouro da Cultura precisava de contratar alguém havia formas "mais claras, limpas e transparentes" de o fazer.
"Há um regulamento para estas situações, que foi aprovado no final do anterior mandato, mas a Câmara pura e simplesmente não o quis aplicar, antes decidiu fazer tábua rasa dele e contratar a irmã do presidente", referiu a vereadora socialista Fátima Moreira.
Uma crítica refutada pelo vereador da Cultura, que sublinhou que "os instrumentos são todos claros e transparentes, nomeadamente a contratação por avença".
Os socialistas sublinharam ainda que "nunca até aqui o pelouro da Cultura tinha precisado de assessores".
A contratada tem 58 anos, é professora aposentada e até ao final deste ano vai prestar serviços gratuitos no Município.
A avença começará a vigorar no início do próximo ano.
O presidente da Câmara, Manuel Batista, não marcou presença na reunião de hoje, devido a uma deslocação ao estrangeiro.