Associação empresarial reclama plano de recuperação de Trás-os-Montes
Porto Canal / Agências
Bragança, 03 jun (Lusa) -- A Associação Empresarial do Distrito de Bragança, Nerba, reclama do Governo a elaboração de um plano de recuperação da região de Trás-os-Montes e políticas de apoio ao interior do país equiparadas às praticadas na Madeira e Açores.
As reivindicações constam de um documento divulgado hoje e que foi entregue pelo presidente, Eduardo Malhão, no sábado, ao primeiro-ministro, durante uma visita a Bragança, na qual Pedro Passos Coelho recebeu o representante dos empresários da região.
Além do plano, que propõe que seja elaborado com os principais agentes da região, o Nerba reclama também que "o Governo avance com a aplicação de medidas de apoio e com a atribuição de selos distintivos de excelência e de valorização da marca Trás-os-Montes".
A associação empresarial pede ainda que o executivo "recue na eliminação dos benefícios fiscais à interioridade", nomeadamente na redução do IRC para as empresas do interior e que "contrarie o sistema fiscal complexo e a carga fiscal elevada e desajustada da atual realidade económica transfronteiriça, nivelando o sistema fiscal português com Espanha".
No rol das reivindicações estão também "políticas estruturais de apoio ao interior e políticas ativas de atratividade, que incluam medidas de discriminação positiva, equiparadas às praticadas nas regiões insulares e que impliquem um tratamento igual, nomeadamente, no acesso à saúde, ao ensino e à justiça"
As acessibilidades são outras das preocupações empresariais regionais, com o Nerba a defender que "se eliminem as portagens na A23, na A24 e na A25, por não se considerar, de todo, que essa medida afete o equilíbrio das contas públicas mas, antes, introduza um princípio de equilíbrio regional, em matéria de coesão territorial".
A conclusão da A4, incluindo o túnel do Marão, é outras das pretensões da associação empresarial que pede também a reposição da ligação aérea Bragança/Vila Real/ Lisboa, suspensa há meio ano.
A associação empresarial alerta ainda para a necessidade de "um plano de combate à economia paralela, muito sentida nesta região, e que no todo nacional já vale 80% das exportações e um quarto do PIB (Produto Interno Bruto), deixando de fora das estatísticas um quarto da riqueza produzida no país".
O Nerba reivindica ainda que "o Governo avance com um plano que permita a renegociação da dívida das empresas ao Estado e por essa via, o acesso a linhas de financiamento essenciais à sua sobrevivência no mercado" e que a reforma da PAC (Política Agrícola Comum) "contemple o apoio ao regadio e à produção, dando especial atenção à regulamentação dos preços dos produtos".
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