Investigadores portugueses coordenam estudo sobre hipertensão em Angola

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Porto Canal / Agências

Porto, 18 nov (Lusa) - A hipertensão, fatores de risco cardiovasculares e a sua incidência e prevalência em Angola estão a ser estudados por uma equipa coordenada por investigadores do Instituto de Saúde Pública do Porto, em colaboração com profissionais de saúde angolanos.

Até março de 2014, este estudo irá seguir 5.000 indivíduos, com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, e residentes em três comunas do município de Dande (na província de Bengo, adjacente à província de Luanda): Caxito, Mabubas e Úcua.

"Estamos habituados a olhar para os países ditos em desenvolvimento e para as economias emergentes como locais onde são fundamentalmente importantes as doenças transmissíveis - malária, tuberculose, sida e uma serie de infeções. A realidade é que nestes países as doenças ditas não transmissíveis, as doenças crónicas, tradicionalmente associadas aos países mais ricos já são mais importantes quantitativamente até do que a generalidade das doenças transmissíveis", disse Henrique Barros.

Em declarações à Lusa, o diretor do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) considerou que "continuamos com uma visão enganadora e enganada da realidade epidemiológica dos países do sul e, portanto, temos necessidade de conhecer quantitativamente as situações. E esse trabalho não está feito na imensa maioria desses países, em áfrica, particularmente. Daí que tenhamos desenhado um estudo numa colaboração com o Centro de Investigação em Saúde de Angola".

O "Estudo dos fatores de risco cardiovasculares numa população adulta da Província do Bengo, Angola - Prevalência e Incidência da Hipertensão Arterial" resulta de uma colaboração entre o Projeto CISA - Centro de Investigação em Saúde em Angola e o ISPUP e tem como principal objetivo alargar os conhecimentos existentes sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares na população adulta de Angola.

Através de uma série de testes de diagnóstico, da realização de medições à tensão arterial e de eletrocardiogramas, e também da aplicação de questionários de hábitos de vida e consumos, os investigadores esperam contribuir para o conhecimento epidemiológico destas doenças no contexto específico deste país.

Os investigadores consideram que "este conhecimento será crucial para o delineamento futuro de políticas e estratégias de intervenção em saúde pública".

"O aspeto adicionalmente mais inovador, tirando partido da atividade que já esta no terreno do CISA é conseguir medir a incidência da hipertensão, ou seja, a que velocidade é que as pessoas passam de ter uma pressão arterial normal para hipertensos. Essa é uma informação muito rara na generalidade dos países, sobretudo, nos países africanos", sublinhou Henriques Barros.

O Projeto CISA - Centro de Investigação em Saúde em Angola, foi iniciado em 2006 e pretende contribuir para um melhor conhecimento das doenças e problemas de saúde que afetam os países em vias de desenvolvimento, tais como as doenças mais visíveis como malária, tuberculose e VIH/SIDA, quer as conhecidas por "doenças negligenciadas" (schistossomíase, tripanossomíase, febres hemorrágicas virais, filaríases, helmintíases).

Este estudo é realizado com o apoio do Ministério da Saúde de Angola, do Governo Provincial do Bengo, Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua, Fundação Eduardo dos Santos (FESA) e Fundação Calouste Gulbenkian.

PM // APN

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