Morreu o militante número um da democracia portuguesa - Ferro Rodrigues

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 07 jan (Lusa) -- O presidente da Assembleia da República disse hoje que morreu o militante número um da democracia portuguesa, recordando ainda que o 'slogan' "Soares é fixe", usado na campanha presidencial de 1985, vai perdurar durante muitos anos.

"Morreu o militante número um da democracia portuguesa. Várias gerações tiveram o Mário Soares como um herói", afirmou Ferro Rodrigues, que se deslocou ao Hospital da Cruz Vermelha para prestar condolências à família e amigos do antigo Presidente da República.

No entender do presidente da Assembleia da República, "aquela palavra de ordem repetida tantas vezes "Soares é fixe" vai perdurar durante muitos anos porque se vai apropriar da sua figura, da sua imagem e da sua recordação".

"Nem sempre estivemos de acordo, mas é um facto que se provou muitas vezes, muitos anos mais tarde, que ele tinha razão. Mário Soares teve razão antes do 25 de abril, teve razão antes da queda do muro de Berlim e teve razão antes das crises financeiras geradas por este neocapitalismo brutal a que estamos assistir. Portanto, é um dia triste para os democratas portugueses" salientou Ferro Rodrigues.

O presidente da Assembleia da República esteve no Hospital ao final da tarde onde, à saída, cumprimentou familiares de Mário Soares e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também se deslocou à Cruz Vermelha, mas sem falar aos jornalistas.

Mário Soares encontrava-se internado desde o dia 13 de dezembro, tendo sido transferido no dia 22 dos Cuidados Intensivos para a "unidade de internamento em regime reservado" do Hospital da Cruz Vermelha, depois de sinais de melhoria do estado de saúde.

No entanto, no dia 24, um agravamento súbito da situação clínica obrigou ao regresso do antigo chefe de Estado à Unidade dos Cuidados Intensivos.

No dia 31 de dezembro, dia da última atualização feita pelo hospital sobre o seu estado de saúde, Mário Soares continuava em "coma profundo", mas "estável e com parâmetros vitais normais".

Mário Soares, que morreu hoje aos 92 anos, desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.

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