92 anos de uma vida intensa

92 anos de uma vida intensa
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Porto Canal com Lusa

Cronologia dos acontecimentos mais importantes da vida de Mário Soares:

1924

Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasce em Lisboa, em 07 de dezembro, filho de Elisa Nobre Baptista e do ex-padre João Lopes Soares, dono do Colégio Moderno e que foi ministro das Colónias na I República.

1943

Aos 19 anos, em plena ditadura de Oliveira Salazar, adere na clandestinidade ao Partido Comunista Português (PCP).

É criado o Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), em cujas atividades clandestinas Mário Soares se envolve.

1944

Ascende à direção académica das Juventudes Comunistas de Lisboa.

1945

Num sinal de aparente abertura do regime, na sequência da derrota do nazi-fascismo na II Guerra Mundial, Salazar tolera inicialmente a constituição do Movimento de Unidade Democrática (MUD), herdeiro do MUNAF. O jovem Mário Alberto chega a presidir ao MUD Juvenil.

1946

É preso pela primeira vez pela polícia política do Estado Novo, a Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE).

1949

Assume funções de secretário da Comissão Central da candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República.

Na prisão, mas com registo na 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, casa em 22 de fevereiro por procuração com a atriz Maria de Jesus Simões Barroso, com quem terá dois filhos, Isabel e João.

1950

Expulso formalmente do PCP, do qual já estava desligado há algum tempo.

1951

Obtém a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Lisboa.

1953

Adere à Resistência Republicana e Socialista, que perfilhava uma alternativa de esquerda não comunista.

1957

Conclui a licenciatura em Direito pela Universidade de Lisboa e inicia a carreira de advogado.

1958

Integra a Comissão Central de Apoio da candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República.

1961

Subscreve o Programa para a Democratização da República e é novamente preso.

1964

Com Francisco Ramos e Costa e Manuel Tito de Morais, funda a Acção Socialista Portuguesa (ASP), que vai estar na génese do Partido Socialista (PS), em 1973.

1968

Deportado sem julgamento para a ilha de São Tomé, onde fica oito meses.

1969

Com Marcelo Caetano na liderança do Governo, empenha-se na constituição da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD) e encabeça a lista por Lisboa.

1970

Exila-se em França, onde será docente nas universidades de Vincennes e Rennes, até 1974.

1972

Em Paris, ingressa na Maçonaria, através da "Grande Loge de France", e pede apoio para instaurar um regime democrático em Portugal.

1973

Participa ativamente na fundação do PS, em Bad Münstereifel, na então República Federal Alemã, sendo eleito secretário-geral, cargo que vai exercer durante 13 anos.

1974

Em 28 de abril, com a Revolução do 25 de Abril, desencadeada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), regressa de comboio do exílio em Paris.

Dois dias depois, marca presença no aeroporto de Lisboa à chegada do líder comunista Álvaro Cunhal, exilado em Praga.

Como ministro dos Negócios Estrangeiros nos dois primeiros governos provisórios, participa no processo de independência das colónias portuguesas.

1975

Os socialistas vencem as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte.

O líder do PS e agora ministro sem pasta entra em divergência total com o PCP e com o primeiro-ministro, Vasco Gonçalves, sobre a evolução do regime democrático em Portugal, abandonando o IV Governo Provisório.

Mário Soares demarca-se do Processo Revolucionário em Curso (PREC), que, com o seu apoio, será derrotado em 25 de novembro pelo movimento militar chefiado pelo então tenente-coronel António Ramalho Eanes.

1976

O PS apoia a eleição de Ramalho Eanes para a Presidência da Republica.

Vence também as primeiras eleições legislativas e Mário Soares forma o I Governo Constitucional.

Primeiro-ministro dos I e II governos constitucionais (1976 a 1978), o primeiro com maioria relativa e o segundo em coligação com o CDS de Freitas do Amaral.

1977

Dá início ao processo de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE).

1980

Ramalho Eanes é reeleito Presidente da República, mas Soares demarca-se do apoio formal do PS à recandidatura do general e autossuspende-se do cargo de secretário-geral.

1981

Com uma moção intitulada "Novo Rumo para o PS", Mário Soares derrota em congresso o grupo do ex-Secretariado, que antes estivera na primeira linha do apoio à recandidatura do general Ramalho Eanes e que era formado por figuras como Salgado Zenha, António Guterres, Jorge Sampaio e Vítor Constâncio.

1982

Na oposição até 1983, chega a acordo com a Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) e concretiza a primeira revisão da Constituição, que consagra o caráter civilista do regime.

1983

Primeiro-ministro do IX Governo Constitucional (1983 a 1985), à frente de uma coligação do PS com o PSD de Mota Pinto que ficou conhecida como Bloco Central.

1985

Em 12 de julho, conclui o processo de adesão de Portugal à CEE.

O PS sofre a maior derrota da sua história em eleições legislativas, com apenas 21% dos votos, desaire a que não é alheia a entrada em cena do Partido Renovador Democrático (PRD), criado em torno da figura do general Ramalho Eanes.

1986

Mário Soares é eleito Presidente da República na segunda volta do sufrágio, com apoio da esquerda, incluindo o PCP, e derrota o candidato apoiado pelo PSD e CDS, Freitas do Amaral. Na primeira volta teve uma disputa cerrada à esquerda com o antigo dirigente socialista Salgado Zenha e com a independente Maria de Lurdes Pintassilgo.

1991

Nas presidenciais, é reeleito para um segundo mandato na chefia do Estado, com apoio dos socialistas e também do PSD. Derrota logo à primeira volta Basílio Horta, um fundador do CDS, e obtém a maior votação de sempre nestas eleições: 70,35% dos votos.

Nasce a Fundação Mário Soares, instituição sem fins lucrativos presidida pelo patrono.

1996

Deixa o cargo de Presidente da República a 09 de março, depois de cumprir dois mandatos, e é substituído pelo também socialista Jorge Sampaio.

1999

Regressa à política ativa, encabeçando a lista do PS para o Parlamento Europeu, eleição que vencerá com 44% dos votos.

2004

Num jantar para assinalar os seus 80 anos, proclama o seu afastamento total da vida política: "De política, sinceramente vos digo: basta!".

2006

Avança com uma terceira candidatura à Presidência, numa eleição também disputada pelo seu camarada socialista Manuel Alegre que seria vencida por Cavaco Silva à primeira volta.

Soares obtém 14,31% e fica em terceiro lugar, atrás de Alegre.

2007

O Governo socialista chefiado por José Sócrates nomeia Mário Soares para presidir à Comissão de Liberdade Religiosa.

2008

Critica política de privatizações do Governo de Sócrates, defende que o PS deve estar mais à esquerda e assume Barack Obama como referência internacional.

2010

Faz críticas sistemáticas à União Europeia e à qualidade dos dirigentes políticos.

2011

Não declara apoio a nenhum dos candidatos às presidenciais, em que Cavaco Silva é reeleito, de novo à primeira volta, com o PS a apoiar a candidatura de Manuel Alegre.

Encabeça o manifesto "Novo Rumo", que apela "à mobilização dos cidadãos que se reveem na justiça social e no aprofundamento democrático" contra a crise.

2013

Com Portugal sob resgate financeiro, promove duas conferências contra a austeridade e em defesa da Constituição, juntando forças políticas e movimentos sociais que contestavam o Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.

Com intermediação do então líder do PS, António José Seguro, Mário Soares reata relações pessoais com Manuel Alegre, após sete anos de afastamento.

2014

Nas eleições primárias para a liderança do PS, apoia a candidatura vitoriosa de António Costa contra António José Seguro.

José Sócrates é preso em 21 de novembro, suspeito dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. "Estão a combater um homem que foi um primeiro-ministro exemplar", afirma Mário Soares, após visitar o amigo no Estabelecimento Prisional de Évora.

2015

Em 07 de julho, morre Maria Barroso, com quem estava casado há 66 anos.

2016

Com o seu estado de saúde já debilitado, o fundador do PS é alvo de várias homenagens institucionais, recebendo em abril o diploma de deputado constituinte honorário e a chave da cidade de Lisboa. Em São Bento, em julho, o primeiro-ministro, António Costa, homenageia o I Governo Constitucional liderado por Mário Soares.

A última vez em que participa numa cerimónia pública aconteceu a 28 de setembro, quando o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageia a antiga presidente da Cruz Vermelha Maria de Jesus Barroso.

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