AEP recorda que propostas feitas ao Governo são do "interesse do país"
Porto Canal / Agências
Porto, 14 nov (Lusa) -- O presidente da Associação Empresarial de Portugal, José António Barros, manifestou hoje certeza de que as propostas para infraestruturas apresentadas por esta associação e pelas do Minho e Centro serão aceites pelo Governo porque são do "interesse do país".
O presidente da AEP lembrou que as duas regiões "concentram perto de 75% dos bens transacionáveis exportáveis" do país, pelo que investimentos em estruturas como a ampliação do porto de Leixões ou a ligação Aveiro-Salamanca são "obras de interesse nacional".
As declarações de José António Barros, feitas à margem de encontro sobre transportes no Porto, surgem no seguimento do estudo apresentado pela AEP, Associação Empresarial do Minho e Conselho Empresarial do Centro sobre as prioridades das regiões Norte e Centro em infraestruturas no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio.
O dirigente afirmou "ter a certeza" de que as prioridades elencadas do documento serão acolhidas pelo Governo. "Tudo o que propomos é no interesse do país", acrescentou
O dirigente empresarial disse estranhar o facto de o Governo ter nomeado um grupo de trabalho sobre as infraestruturas que não integra as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR/N), nem nenhuma associação empresarial de base regional.
Quanto à convocação e desconvocação da conferência de imprensa pela CCDR/N em que seria apresentado o estudo, José António Barros manifestou-se "surpreendido", mas acrescentou: "Não foi convocada por nós, não foi desconvocada por nós".
De qualquer forma, assumiu que o sucedido era "irrelevante, já que objetivo, que era fazer o estudo, estava cumprido", acrescentando que este trabalho era inteiramente da responsabilidade das três associações empresariais.
O trabalho que elenca entre outras prioridades a ampliação do porto de Leixões e das pistas do aeroporto Sá Carneiro e a abertura da base de Monte Real a voos "low cost", foi defendido pelo presidente do AEP como surgindo no seguimento da reflexão que tem vindo a ser feito no âmbito da macrorregião.
"Foi entendido há dois anos que para além do Norte de Portugal, Galiza, Castela e Leão era preciso que se fizesse o alargamento à região Centro, a Astúrias e Cantábria. Só assim teremos peso para ser ouvidos em Portugal e em Bruxelas", afirmou, sustentando que a competição é com entidades transnacionais similares do Danúbio ou do Báltico.
Interrogado sobre qual seria a sua reação se visse no documento governamental prioridades como porto na Trafaria, José António Barros foi categórico: "Já tivemos equívocos suficientes, não voltemos ao mesmo".
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