CGTP diz que é "prematuro, errado e perigoso" criar a ilusão de inversão do ciclo económico

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 14 nov (Lusa) -- O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou hoje ser "prematuro, errado e perigoso" criar a ilusão de que Portugal está perante a inversão de um ciclo económico.

O INE divulgou hoje que a economia portuguesa cresceu no terceiro trimestre do ano, com o PIB a aumentar (pelo segundo trimestre consecutivo) 0,2% face ao segundo trimestre do ano, mas mantendo-se ainda em valores negativos quando comparado com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, hoje divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia voltou a crescer pelo segundo trimestre consecutivo, quando comparado com o trimestre anterior.

"Nada nos diz que vamos começar a crescer, pelo contrário, tudo nos leva a crer que vamos continuar com uma economia ou em recessão ou em estagnação e, como sabemos, nós não precisamos de uma nem de outra, precisamos de por a economia a crescer", disse Arménio Carlos, em declarações à agência Lusa.

O líder da central sindical lembra que, se comparado com o período homólogo, Portugal continua em recessão.

"A variação trimestral entre o segundo e o terceiro trimestre vieram demonstrar que havia expectativas demasiado elevadas porque no terceiro trimestre a evolução da economia ficou muito aquém daquilo que inicialmente se perspetivava, mesmo sabendo de antemão que havia um acréscimo de procura no turismo", referiu.

Neste período, sinalizou ainda, os custos salariais continuaram a cair "e isso é mau para a economia".

"O memorando da 'troika' e as políticas deste governo são os causadores da situação desastrosa económica e social que o país está a viver", concluiu.

Questionado sobre o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) relativo à oitava e nona avaliação do programa de ajustamento português que foi divulgado na quarta-feira, Arménio Carlos considerou que a proposta de redução de salários é "inadmissível e indecente".

O secretário-geral da CGTP considerou ainda "inqualificável" a pressão que considera que o FMI está a exercer sobre o Tribunal Constitucional para que este órgão "deixe passar" o Orçamento do Estado apresentado pelo Governo para 2014.

ICO (NM)// ATR

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