Irlanda termina o programa de resgate em Dezembro e Governo recusa programa cautelar
Porto Canal
"Após uma avaliação cuidadosa e completa de todas as opções disponíveis (...) o Governo irlandês decidiu hoje que a Irlanda deixará o programa de assistência da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em dezembro, como previsto, sem recorrer a um programa cautelar", refere um comunicado do Departamento das Finanças.
O comunicado lembra que o país regressou aos mercados em 2012 e que as finanças públicas "estão controladas".
No Parlamento, o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, disse que depois de deixar o programa de resgate, a 15 de dezembro, o país não vai solicitar ajuda adicional.
Kenny assegurou que essa é a "decisão correta" para a Irlanda depois de ter cumprido com êxito o programa de assistência firmado em 2010 com a Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI, entidades que concederam ao país um empréstimo de 85 mil milhões de euros.
"Sairemos do resgate numa posição forte. O governo esteve a preparar-se para regressar com normalidade aos mercados", afirmou o primeiro-ministro.
Desde o seu regresso aos mercados em julho de 2012, a Irlanda conseguiu financiamento alternativo a juros razoáveis, o que lhe permitiu acumular uma reserva de 25 mil milhões de euros para fazer frente a imprevistos.
Segundo o comunicado das Finanças, com este montante o país pode cobrir as suas necessidades económicas até princípios de 2015.
Em consequência, o governo decidiu recusar o que se chama "uma linha de crédito cautelar", que poderia ser concedida a troco de determinadas condições, o que para alguns significaria que a Irlanda voltava a estar submetida a regras ditadas por organismos internacionais.
"Vamos iniciar um caminho para um futuro económico mais brilhante para o nosso povo, uma viagem do desemprego em massa para o pleno emprego, desde a emigração forçada ao regresso de milhares de pessoas que foram para outros países procurar trabalho", disse Enda Kenny.
O primeiro-ministro advertiu, no entanto, que esta decisão não significa que o país vai voltar a nadar na abundância já que "os desafios económicos" se mantêm.