Trabalhadores com medo de estar a assinalar último aniversário dos Estaleiros de Viana

Trabalhadores com medo de estar a assinalar último aniversário dos Estaleiros de Viana
| Norte
Porto Canal

Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) assinalam esta terça-feira os 69 anos da empresa, naquele que poderá ser o último aniversário face à anunciada intenção de encerramento daquela unidade.

"É óbvio que quando o senhor ministro da Defesa anuncia a extinção da empresa leva-nos a pensar que será mesmo o último ano em que teremos oportunidade de festejar o aniversário. Mas não queremos acreditar nisso e tudo faremos para que a empresa dure mais 69 anos", afirmou António Costa, porta-voz da Comissão de Trabalhadores dos ENVC.

Fundada a 04 de junho 1944, no âmbito do programa do Governo para a modernização da frota de pesca do largo, a empresa começou a laborar na forma de uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, com o capital social de 750 contos.

Aquando da constituição dos estaleiros, eram já mais de 800 trabalhadores, número que ainda há menos de 20 anos se cifrava nos 1.800. Hoje empregam cerca de 620 trabalhadores e mais de 300 saíram nos últimos cinco anos.

Devido à investigação de Bruxelas, o Governo português anunciou em abril a liquidação dos estaleiros, que foram nacionalizados em 1975.

O entendimento do Ministério da Defesa Nacional é que como a empresa não dispõe dos 181 milhões de euros que teria de devolver ao Estado, a solução passa pelo encerramento. Contudo, em paralelo, prevê o lançamento de um concurso internacional para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas atuais, na expectativa de manter a construção naval sem com garantias relativamente postos de trabalho atuais.

Para trás ficam agora 69 anos de história e mais de 200 navios construídos numa empresa liderada inicialmente por um grupo de técnicos e operários especializados oriundos dos Estaleiros Navais do Porto de Lisboa, encabeçados por Américo Rodrigues, mestre geral, além dos sócios capitalistas Vasco D'Orey e o vianense João Alves Cerqueira, da Empresa de Pesca de Viana.

"É uma empresa em que o Governo deve apostar, deve repensar toda a trajetória que foi feita até agora. Merece uma oportunidade para tentar ser viável", apelou hoje António Costa, recordadndo tratar-se de uma unidade que foi "potenciadora do desenvolvimento socioeconómico da região".

"E, acima de tudo, uma universidade de vários saberes que neste momento estão a pôr de parte", acrescentou.

Em pleno dia de aniversário, foi convocada para terça-feira, às 15:30, uma reunião-geral de trabalhadores, para discutir o atual momento da empresa e assinalar a data.

Para as 17:00 está agendada uma missa na Igreja da Senhora d'Agonia em memória dos antigos trabalhadores dos ENVC, o que acontece pela primeira vez, e que será celebrada pela vigário-geral da diocese de Viana do Castelo, Sebastião Ferreira.

"Ao longo dos muitos anos de história da nossa empresa foi dos sacerdotes que mais navios veio batizar aos estaleiros, sabe mais da nossa história do que alguns trabalhadores", recordou António Costa.

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