Barcelos, 13 nov (Lusa) -- O BE de Barcelos acusou hoje a câmara de um "autêntico atentado ambiental" com o abate de mais de 150 árvores na via pública, mas o município alega questões de segurança e diz ter plantado novas árvores.

Em comunicado, o BE fala em "abate maciço" e refere que só na requalificação das avenidas Nuno Álvares Pereira e João Duarte foram derrubadas "mais de centena e meia" de árvores, acrescentando que desde aí há registo de "várias dezenas mais".

"O Bloco de Esquerda manifesta a sua mais veemente indignação contra este abate de árvores em nome de tudo e de nada. Somos totalmente contra este abate", acrescenta o comunicado.

O partido exige o fim imediato da ação e diz-se disponível para "engrossar um movimento cívico que defenda a natureza, um modelo de desenvolvimento mais sustentável e consentâneo com o ambiente e o património arbóreo" da cidade e do concelho de Barcelos.

Num comunicado enviado à Lusa, a câmara rejeita qualquer acusação de abates maciços de árvores na área urbana e sublinha que nas avenidas mencionadas pelo BE procedeu à replantação de novas árvores.

"A reposição de espécies arbóreas naqueles e noutros espaços onde foram executadas obras de intervenção urbanística desmente totalmente a tese de abate indiscriminado", acrescenta.

Segundo a autarquia, a remoção das árvores resultou de questões de segurança detetadas pelos serviços municipais e "sistematicamente reportadas" pelos cidadãos ao município, bem como na necessidade de reorganização do espaço público.

De entre essas questões, a câmara destaca o mau estado do pavimento e a destruição de infraestruturas subterrâneas, passeios e vias de circulação, provocados pelas raízes das árvores, bem como o estado fitossanitário das próprias árvores, "do qual depende, muitas vezes, a segurança pública".

"É lamentável que o Bloco de Esquerda não refira uma única vez a reposição das árvores", refere.

A autarquia aponta, por exemplo, a intervenção levada a cabo em frente à EB 2,3 Rosa Ramalho, em Barcelinhos: "De facto, as árvores aí existentes foram removidas e substituídas por novas espécies, permitindo também uma melhoria do espaço para a circulação dos alunos e de toda a comunidade escolar, dos transportes coletivos e do restante tráfego automóvel".

O Município lembra que o abate naquele local também se deveu a problemas causados pelo pólen das árvores que, por diversas vezes, criaram problemas de saúde aos alunos.

"Sempre que as circunstâncias obrigam, a câmara municipal procede ao abate seletivo de espécies arbóreas, procurando minimizar os impactos decorrentes dessas situações com a reposição de novas espécies", remata.

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