Reforço de efetivos para a PSP "não resolve metade do problema no Porto" - PCP
Porto Canal / Agências
Porto, 11 nov (Lusa) -- A deputada do PCP Paula Batista criticou hoje o Ministério da Administração Interna (MAI) por anunciar um reforço de 100 efetivos para a PSP quando tal não dá resposta a "metade do problema do Porto" nem resolve outras carências.
"Não estão a ser tomadas medidas, a não ser medidas propagandísticas, de reforço de efetivos que não resolvem sequer metade do problema do Porto", alertou Paula Batista, que ocupou no Parlamento o lugar deixado vago pela saída de Honório Novo, em declarações aos jornalistas no Porto.
Falando depois de uma visita à esquadra do Infante, onde as obras de requalificação de 250 mil euros, já concluídas, deixaram problemas de "infiltrações na secretaria e nas escadas", a deputada indicou vários problemas em esquadras da cidade e revelou que "só no Porto, nos últimos dois anos e meio, saíram 250" agentes daquela força policial".
"O reforço que MAI promete e anuncia de forma pomposa não cobre metade das saídas só no Porto", alertou a Paula Batista, esclarecendo que esse problema, a par das deficiências nas instalações de várias esquadras do Comando Metropolitano do Porto vão ser levantados pelo PCP na Assembleia da República.
Para a deputada, existem outras questões que devem ser acauteladas, como a "gestão dos recursos físicos e materiais, nomeadamente das viaturas, sem as quais a polícia não pode dar a resposta necessária em tempo útil".
"No Porto, todo o corpo de viaturas rondará à volta dos dez anos, o que, dado o desgaste que têm, correspondem a uma frota velha. Não estão a ser tomadas medidas a não ser medidas propagandísticas de reforço de efetivos que não resolvem sequer metade do problema do Porto", alertou.
Relativamente à esquadra do Infante, a comunista descreveu que "quando se iniciaram as obras já foi detetado que iria haver infiltrações" e que, apesar dos alertas, "agora a obra está concluída e as infiltrações são uma evidência".
Para a deputada, "se esta é muito concreta com resolução à vista" na cidade, não faltam "exemplos onde isso não se verifica", designadamente na Esquadra de Cedofeita, encerrada desde outubro sem que tenha sido encontrado novo espaço para a instalar.
Também o vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, promete abordar aquelas matérias na reunião do executivo de terça-feira, insistindo na questão da esquadra de Cedofeita, já abordada na última sessão camarária do anterior mandato.
O comunista quer perguntar à autarquia "que soluções públicas estão a ser estudadas para resolver o problema das novas instalações de uma esquadra que o comando considera essencial".
"A Câmara e a maioria de Rui Moreira e Manuel Pizarro têm de ter uma palavra a dizer, usando o seu próprio património e sendo reivindicativa face ao MAI" relativamente à esquadra encerrada "no fim de outubro", defendeu Pedro Carvalho.
Na reunião camarária de 15 de outubro, o presidente da Câmara do Porto cessante, Rui Rio, disse estar convencido de que o Governo está a tentar encontrar na zona de Cedofeita novas instalações para a 12.º esquadra da PSP, nomeadamente devido aos "contactos que a tutela tem vindo a fazer" com a autarquia.
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