Filipinas lutam para fazer chegar ajuda humanitária às vítimas do tufão Haiyan
Porto Canal / Agências
Tacloban, Filipinas, 11 nov (Lusa) -- As autoridades filipinas têm trabalhado para fazer chegar a ajuda humanitária aos afetados pelo tufão Haiyan, três dias depois de este ter devastado a região central do país, onde se estima que tenha causado dez mil mortos.
Em Tacloban, capital da província de Leyte, o Haiyan deixou um rasto de destruição total, após golpear a cidade com rajadas de vento de até 315 quilómetros por hora e causar uma subida do nível do mar, superior a dois metros, na manhã de sexta-feira. De acordo com o superintendente Elmer Soria, a destruição abrangeu 80% das estruturas de Tacloban, para onde as autoridades destacaram tropas do Exército.
Além disso, segundo indicou o porta-voz da Polícia Nacional, Reuben Theodore Sindac, foram enviados 900 agentes para aquela cidade e para Samar, depois de, este domingo, se terem registado saques generalizados.
Diversos países e organizações internacionais começaram a enviar pessoal e ajuda humanitária destinada aos milhões de pessoas afetadas pelo tufão -- incluindo as Nações Unidas.
"Chegar às zonas mais afetadas é muito difícil. Os acessos estão muito limitados pelos danos causados pelo tufão nas infraestruturas e nas comunicações", disse o representante da Unicef nas Filipinas, Tomoo Hozumi.
A Médicos Sem Fronteiras indicou, por seu lado, ter iniciado o envio de cerca de 200 toneladas de material médico, vacinas contra o tétano, tendas de campanha e produtos de higiene, além de uma equipa formada por 30 médicos, psicólogos e pessoal da área logística.
Entretanto, as autoridades filipinas trabalham para restabelecer serviços básicos.
A Autoridade de Aviação Civil, por exemplo, indicou que, ao longo do dia de hoje, vão ser restabelecidas as operações nos quatro aeroportos daquela região, exceto o de Tacloban, com atividade limitada ao horário diurno.
Cerca de 4,5 milhões de pessoas de 36 províncias do país foram afetadas pelo tufão, das quais 330.000 encontram-se em centros de abrigo para deslocados.
O ministro do Interior filipino admitiu, este domingo, as dificuldades que as autoridades enfrentam para contabilizar as vítimas mortais e os danos causados depois de inúmeras linhas de comunicação terem sido destruídas.
Antes da chegada às Filipinas deste último tufão -- o 24.º deste ano --, os meteorologistas tinham advertido que poderia ter um efeito devastador, maior do que o do tufão Bopha que, em 2012, causou cerca de um milhar de mortos.
Depois de arrasar o centro das Filipinas, o Haiyan entrou, esta madrugada, no norte do Vietname, onde as autoridades procederam à retirada de cerca de 600 mil pessoas, deslocando-se rumo ao sul da China, onde é esperado, esta tarde, mais debilitado, já na categoria de tempestade tropical.
DM // DM.
Lusa/Fim