Especialistas afastam hipótese de envenenamento de poeta chileno Pablo Neruda
Porto Canal / Agências
Santiago do Chile, 08 nov (Lusa) -- Um grupo de especialistas rejeitou hoje a hipótese de envenenamento do poeta e prémio Nobel chileno Pablo Neruda, indicando que os testes forenses confirmaram que a causa da sua morte foi um cancro da próstata.
"Não encontrámos elementos químicos significativos que possam estar ligados à morte de Pablo Neruda", disse Patrício Bustos, diretor do Serviço de Medicina Legal do Chile, ao apresentar as conclusões de uma análise bioquímica a amostras ósseas do poeta, morto em 1973 alguns dias depois do golpe de Estado no país.
"Diversas técnicas confirmaram a presença de metástases em vários segmentos do esqueleto, o que está de acordo com a doença a que Pablo Neruda era tratado", adiantou Bustos durante uma conferência de imprensa.
As análises realizadas por especialistas chilenos e estrangeiros e em universidades espanholas e norte-americanas "não permitiram encontrar a etiologia de causas não naturais na morte de Pablo Neruda", disse ainda o especialista.
A investigação visava determinar se Pablo Neruda tinha morrido devido a um cancro na próstata, como indica a sua certidão de óbito, ou a uma misteriosa injeção realizada na véspera da sua partida para o México, onde pretendia exilar-se para dirigir a oposição ao general Pinochet, como afirma o que era o seu motorista na altura, Manuel Araya.
Após uma longa batalha judicial, a exumação dos restos mortais de Pablo Neruda foi realizada em abril na Isla Negra, na costa central do Chile, local de residência do poeta e onde foi sepultado.
O autor de "Canto Geral" e "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada" foi prémio Nobel da Literatura em 1971 e morreu a 23 de setembro de 1973 em Santiago do Chile.
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