Dívida da Misericórdia da Covilhã ultrapassa os 4,5 milhões de euros

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Porto Canal / Agências

Covilhã, 08 nov (Lusa) - A Santa Casa da Misericórdia da Covilhã tem uma dívida superior a 4,5 milhões de euros e um défice mensal de 86 mil euros, revelou hoje à Lusa o presidente da Comissão Administrativa, Neto Freire.

"Estamos numa situação de insustentabilidade financeira, em que já somos nós a necessitar da caridade de todos quantos queiram ajudar", afirmou Neto Freire, que está no cargo desde dia 05 de outubro.

Até há um ano e meio "existia uma dívida de 3,6 milhões de euros, mas, no último ano, fruto de mais hipotecas, foram-lhe acrescentados 1,1 milhão de euros, pelo que a dívida global já ultrapassa os 4,5 milhões de euros, isto sem que existam receitas que permitam pagar".

Neto Freire explicou ainda que a instituição também vive problemas de gestão corrente, visto que tem de "receitas mensais de cerca de 172 mil euros e uma despesa superior a 260 mil euros, ultrapassando os 86 mil euros mensais de défice".

Números que foram dados ao presidente e ao vice-presidente da União das Misericórdias Portuguesas, com quem Neto Freire reuniu para "pedir todo o apoio possível".

"Só temos uma solução: renegociar a dívida, diminuir a despesa e aumentar a receita", frisou.

Entre outras medidas, é a intenção da Misericórdia reduzir os ordenados superiores a 1.500 euros.

"Estamos a sensibilizar os funcionários e a verificar a situação em termos jurídicos para ver o que é possível. Mas numa casa em que a despesa mensal com pessoal é de cerca de 140 mil euros, uma redução de 10% já ajudava muito", referiu.

Neto Freire adiantou ainda que também os contratos de telemóvel que implicavam um gasto de 3.200 euros por mês foram substituídos por um apenas um que reúne serviço de telemóveis, internet e televisão e que custa o valor global de 500 euros mensais.

Disse ainda que está a ser tratada a burocracia para se proceder à abertura de um furo de captação de água, que permitirá reduzir uma fatura mensal que atualmente ronda os 18 mil euros.

"Não queremos que os nossos utentes tenham menos qualidade de serviço, mas podemos encontrar soluções para pagar menos por esse serviço", sustentou.

A criação de novas valências e serviços que permita obter mais receitas também está a ser equacionada.

Para dezembro está já prevista uma ação que tem como objetivo reunir verbas para pagar os subsídios de natal e que se baseia na confeção e venda de filhoses.

Apesar da "situação aflitiva", o presidente da Comissão Administrativa garante que não é intenção da Misericórdia despedir nenhum dos 140 funcionários.

Os elementos da Comissão Administrativa foram nomeados em outubro pelo bispo da Diocese da Guarda, depois de o antigo provedor, que esteve no cargo cerca de 18 meses, se ter demitido em junho deste ano.

No ato eleitoral, que se seguiu a esta demissão justificada com "motivos pessoais e profissionais", não surgiu qualquer candidato e o vazio diretivo manteve-se mesmo depois de ter sido realizada uma assembleia-geral de irmãos que visava a constituição de uma lista.

CYC // SSS

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