Orçamento de Valongo para 2017 no valor de 40,5ME aprovado com abstenção da oposição
Porto Canal com Lusa
Valongo, Porto, 27 out (Lusa) - O orçamento e o plano de atividades de Valongo para 2017, no valor de 40,5 milhões de euros, foram hoje aprovados com os votos favoráveis do executivo PS e a abstenção da oposição composta pelo PSD e CDU.
O orçamento de Valongo, distrito do Porto, aumentou 21,25% face a 2016, uma vez que o valor anterior era de 31,9 milhões de euros, situação justificada pelo presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, com a inclusão de investimentos relacionados com fundos comunitários.
O autarca que lidera a autarquia sem maioria apontou que o orçamento discutido hoje em reunião camarária é "coerente e ambicioso", mas quer o PSD quer a CDU vincaram que não concordam com as opções dos socialistas, justificando a abstenção com o não querer inviabilizar investimentos, nomeadamente os que constam do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).
"Esta proposta de orçamento é ambiciosa, mas coerente com os últimos três anos de mandato. Com a contratualização dos fundos comunitários finalmente estamos em condições de executar os investimentos mais relevantes para o concelho", disse José Manuel Ribeiro.
O presidente da câmara apontou que "no próximo ano serão iniciadas" as obras na Secundária de Ermesinde, Oficina do Brinquedo Tradicional Português em Alfena e Centro Cívico de Campo, acrescentando a reabilitação do antigo quartel dos bombeiros, situado no centro do concelho, para instalar a Oficina de Promoção da Regueifa e do Biscoito, bem como a ligação Gandra-Costa em Sobrado.
"A nossa atuação vai continuar limitada pelo reajustamento financeiro imposto pelo PAEL [Plano de Apoio à Economia Local]" e "vamos empenhar-nos em manter a boa taxa de execução", referiu José Manuel Ribeiro que falou, ainda, de futuras obras nos estádios de Sonhos (Ermesinde) e Campo, na Quinta Pedagógica do Passal para inclusão social, no Centro de Serviços do Parque das Serras do Porto, bem como na reabilitação e refuncionalização do mercado municipal de Valongo.
Já num comunicado remetido após a discussão, o executivo PS destacou a dotação de 80.000 euros para o Fundo de Emergência Social, o Fornecimento de Refeições Escolares, o Plano de Apoio e Emergência Alimentar e o Orçamento participativo Jovem de Valongo.
Mas para o vereador do PSD, João Paulo Baltazar, "este orçamento é salvo pelo PEDU", plano que o social-democrata considera que "introduz desequilíbrios nas diversas freguesias", mas que no entanto "não pode ser desperdiçado".
Já pela CDU, Adriano Ribeiro, fez uma declaração de voto que iniciou exatamente com a frase "Fundos Comunitários e pouco mais", apontando que existem "divergências profundas em relação a aspetos importantes", abstendo-se para "não inviabilizar investimentos importantes".
PSD e CDU defenderam que o orçamento para o próximo ano deveria incluir uma verba para ampliação da ETAR de Campo, uma obra que poderá ser incluída no processo de reequilíbrio que a câmara de Valongo e a empresa de águas do concelho têm em discussão.
"Dar-se-ia um sinal à Águas de Valongo de que a câmara não se submeterá às exigências da empresa", disse João Paulo Baltazar, enquanto Adriano Ribeiro também sublinhou que a ausência de uma rubrica de investimento para a ETAR "condicionaria seriamente" a negociação entre a câmara e a empresa.
O PSD criticou ainda "gastos em divulgação e propaganda", acusando o executivo PS de "desbaratar o dinheiro de todos".
A CDU frisou que a proposta de orçamento "sofre do pecado do eleitoralismo", considerando "notório que pretende projetar uma imagem pública da governação local de José Manuel Ribeiro/PS que não encontra fundamento nos três anos decorridos entre as eleições autárquicos e o presente".
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