Os Administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), ao abrigo de uma lei de 1983, vão mesmo ter de mostrar os seus rendimentos, ao contrário do que o Governo pretendia.

O Governo queria que a declaração de rendimentos fosse apenas do seu conhecimento. Ricardo Mourinho Félix, secretário do Estado Ajunto do Tesouro e das Finanças , em declarações ao DN, diz que foi intencional esta isenção por parte do Governo para que os novos administradores da CGD do dever de apresentar a sua declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional, dever esse obrigatório a todos os outros gestores públicos.

Ricardo Félix vai mais longe e diz que o Governo estava a equiparar a Caixa Geral de Depósitos a um banco privado e os seus gestores a gestores privados.

O Gabinete do Ministro das Finanças emitiu uma nota a confirmar praticamente a informação mas mais resumidamente, dizendo que os novos administradores estavam disponíveis para mostrar os seu rendimentos ao seu accionista, no caso, o Governo.

O DN salienta que no final da tarde da passada terça-feira a posição mudou, Ricardo Marinho Félix veio salientar que poderiam, os novos administradores da CGD, ser obrigados a apresentar a declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional ao abrigo da lei do controlo público de riqueza dos titulares de cargos públicos. Segundo tal lei a apresentação dos rendimentos é mesmo obrigatória. Importa referir que já Filipe Neto Brandão, jurista deputado do PS, tinha feito referência a esta notícia no seu facebook relativamente a este assunto.

Os outros partidos também mostraram interesse em mudanças relativamente aos novos administradores da CGD. Além da maior transparência e de escrutínio público, também o salário dos mesmos é um tema em discussão aberta.

Importa acrescentar que, segundo o DN, agora é certo que haverá este escrutínio público sobre os rendimentos destes novos administradores da Caixa Geral de Depósitos.