Caracas, 7 nov (Lusa) - A oposição venezuelana pediu quarta-feira ao papa Francisco que promova o diálogo e o reencontro entre os venezuelanos e que interceda pela liberdade de alguns cidadãos que consideram ser "presos políticos".

O pedido foi feito através duma carta entregue ao Sumo Pontífice pelo ex-candidato presidencial, Henrique Capriles Radonski, durante um encontro privado em Roma.

"Recorremos a si, Santos Padre, solicitando orientação e pedindo a sua intercessão para que, com a sua autoridade moral e a da Igreja, altamente valorizada na Venezuela, ajude os venezuelanos a encontrar os caminhos fecundos do reencontro, do reconhecimento e do respeito, do combate comum aos grandes problemas nacionais e da realização da vocação pacífica, livre e solidária do nosso povo", lê-se numa cópia da carta que foi enviada à Agência Lusa.

O documento sublinha ainda que a oposição espera "o apoio do papa Francisco para que a Igreja venezuelana reforce a sua firme atitude vigilante da dignidade humana, de denúncia das injustiças" e reitera a disponibilidade para o "diálogo sincero".

Na missiva, assinada por Henrique Capriles Radonski, é denunciado que os venezuelanos enfrentam a pretensão de "impor um sistema político socialista-marxista e totalitário" no país e que "sob a aparência de lutar pelos direitos dos mais necessitados" a denominada revolução bolivariana tem vindo a tornar absoluto o poder do Estado até ao ponto de divinizá-lo para reclamar, através de falsos profetas, que tudo quanto há no ser humano e na sociedade pertence a César e não a Deus.

Por outro lado um comunicado explica que o líder opositor disse ao papa estar na disposição de "conversar com quem for para encontrar uma saída democrática, pacífica e eleitoral à crise que vive a Venezuela".

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