A Câmara de Matosinhos aprovou hoje um pedido de reunião com a ministra da Justiça a propósito da reforma em curso no sector, defendendo que as valências do tribunal local se mantenham e não sejam retiradas.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião privada do executivo, o presidente da Câmara de Matosinhos, o independente Guilherme Pinto, disse ter havido "unanimidade completa na crítica relativa ao futuro do Tribunal de Matosinhos", considerando que "não faz sentido a reforma da administração judicial que está em curso".

De acordo com Guilherme Pinto, ficou ainda decidido pedir uma reunião à ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, convidando-a para vir a Matosinhos, tal como aos líderes parlamentares para que "viessem conhecer as instalações do Tribunal de Matosinhos para verem o erro que eventualmente se vai cometer se se persistir em retirar valências".

"Foi sugerido por Pedro da Vinha Costa [vereador do PSD] que aproveitássemos para reivindicar o funcionamento do Tribunal Marítimo em Matosinhos", acrescentou ainda.

De acordo com o texto apresentado pelo presidente da autarquia, e aprovado por maioria, é proposto que "as competências do Tribunal de Matosinhos sem mantenham em prol dos interesses dos matosinhenses".

Outro dos temas em análise na reunião do executivo foi a proposta apresentada por Guilherme Pinto para que a cedência da Casa de Chá da Boa Nova à Associação Casa da Arquitetura, aprovada apenas com o voto contra do vereador do PSD.

"Nós queremos, depois da reabilitação da Casa de Chá, que ela se mantenha como um dos maiores embaixadores do turismo de Matosinhos, particularmente do turismo arquitetónico, e nada melhor do que confiar à associação que tem vindo a promover a arquitetura essa promoção, esse desenvolvimento, essa presença", explicou aos jornalistas.

O independente explicou ainda que é preciso que a "Associação Casa da Arquitetura mantenha uma vigilância permanente para que não volte a acontecer aquilo que aconteceu no domínio do concessionário anterior", dando o exemplo da adulteração de alguns materiais ou a presença de elementos que não fazem parte do projeto original.

"Nós entendemos que, felizmente, restaurantes já existem muitos e bons em Matosinhos, e o restaurante da Casa de Chá tem que ser de excelência, pelo que desafiámos a Associação Casa da Arquitetura a procurar connosco alguém e juntar a excelência da arquitetura com a excelência da gastronomia", acrescentou ainda.

Sobre os timings para a reabertura da casa projetada pelo arquiteto premiado Álvaro Siza Vieira -- que está neste momento em obras -- Guilherme Pinto considera que se for possível na primavera "será excelente", esperando "até ao final do ano" estar escolhido o arrendatário que a irá explorar.

Em março de 2012, aquando do encerramento da Casa de Chá para reabilitação, a agência Lusa noticiou que a Câmara de Matosinhos e o chef Rui Paula estariam em negociações para que o dono dos restaurantes DOP e DOC assumisse a concessão do espaço.

Nessa altura, Guilherme Pinto afirmou querer que a Casa de Chá "obtenha uma estrela Michelin e se coloque no roteiro gastronómico mundial", tendo o então vice-presidente, Nuno Oliveira, garantido que "o chef Rui Paula seria um ótimo aliado para conseguir esse objetivo".