ARS-Norte admite instalar unidade de saúde do Porto em contentores
Porto Canal
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) admitiu hoje a possibilidade de instalar a Unidade de Saúde de Azevedo-Campanhã em contentores, afirmou o presidente da comissão de utentes daquele centro do Porto.
Olindo Teixeira, presidente da comissão de utentes da Unidade de Saúde de Azevedo-Campanhã, que esteve esta manhã reunido com o vice-presidente do conselho diretivo da ARS-N Rui Cernadas, disse aos jornalistas que a possibilidade de instalar a unidade em contentores é uma solução que está ainda a ser estudada.
A ARS-N "está à espera do resultado da vistoria" que técnicos da Câmara do Porto e da própria administração regional de saúde fizeram na tarde de segunda-feira ao edifício da unidade de saúde, mas "há essa possibilidade de fazer a montagem de contentores" num terreno da autarquia, junto ao pavilhão do Lagarteiro, para que ali funcione o posto.
"[A ARS] admitiu essa possibilidade, que não é fácil, porque os contentores estão em Gaia", acrescentou Olindo Teixeira, reafirmando que na Unidade de Saúde de Azevedo-Campanhã são atendidas cerca de 12 mil pessoas.
Esta manhã, um pequeno grupo de utentes da unidade de Azevedo-Campanhã esteve à porta da ARS-N a protestar contra o encerramento temporário daquele posto.
Na sexta-feira, os utentes foram "surpreendidos" com um aviso na porta da unidade que dava conta do seu encerramento já na segunda-feira.
A ARS-N esclareceu na sexta-feira que o fecho da Unidade de Saúde de Azevedo é temporário e foi determinado pela "manifesta falta de segurança do edifício".
Os utentes exigem que o Ministério da Saúde e a Câmara do Porto "tomem diligências imediatas para que o centro de saúde de Azevedo retome a sua atividade, na sua localização atual ou noutro local que se avalie como adequado".
Olindo Teixeira disse também que o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, já garantiu que a Câmara do Porto disponibiliza um terreno junto ao pavilhão do Lagarteiro para a colocação de contentores.
O responsável referiu ainda que os proprietários do edifício onde funciona a unidade de saúde já se disponibilizaram a "ceder verbas para ajudar a pagar as obras" de reabilitação que seja necessário efetuar.
José António Silva, utente da unidade e que esteve também presente na reunião desta manhã, referiu aos jornalistas que "a ARS-N tem uma verba de 120 mil euros" para as obras.
Certo é que os utentes prometem "levar esta luta até ao fim" para que "o centro de Azevedo esteja ao serviço das populações", concluiu Olindo Teixeira.
A Lusa tentou, sem sucesso, contactar a ARS-N.
Fonte da autarquia referiu esta manhã que são ainda desconhecidas conclusões da vistoria técnica efetuada na segunda-feira ao edifício daquela unidade local de saúde.
A posição da Câmara do Porto quanto ao encerramento temporário do centro de saúde deverá ser hoje conhecida, de acordo com afirmações proferidas no sábado pelo vereador da Habitação e Coesão Social da autarquia, Manuel Pizarro.