Porto, 14 mai (Lusa) -- A Câmara do Porto aprovou hoje por unanimidade manifestar ao Governo "preocupação com o estado de degradação" dos bairros do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), tutelados pelo ministério de Assunção Cristas, revelou o vereador da CDU.

O comunista foi o autor da recomendação a que todo o executivo deu luz verde em reunião privada e espera agora que sejam feitas diligências junto do IHRU e da ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território para a realização de obras nos prédios e o "respeito dos compromissos assumidos com os moradores".

A proposta de Pedro Carvalho referia-se em concreto ao bairro de S. Tomé, um dos oito conjuntos habitacionais do IHRU no Porto, onde "mais de 15% dos moradores compraram a sua habitação com a promessa de realização de obras exteriores".

"O edificado do bairro encontra-se bastante degradado e a necessitar de requalificação urgente, a que acresce um conjunto de lojas e arrecadações devolutas, sem nunca ter tido uma intervenção de requalificação por parte do IHRU há mais de 30 anos, apesar de prometida aos moradores", escreve-se no documento.

Pedro Carvalho nota ainda que "os moradores foram confrontados com a instituição de condomínios, o que para além de encargos adicionais levanta a possibilidade dos moradores proprietários pagarem a requalificação, ao contrário dos compromissos assumidos pelo IHRU no ato de venda".

O documento solicita também a intervenção da Câmara junto do IHRU devido ao anunciado "aumento das rendas" no parque de habitação social do Estado, "composto por 136 bairros e mais de 12.500 fogos a nível nacional", entre os quais se encontram os 1.362 fogos onde vivem 3.000 portuenses.

Ao efetuar "um aumento das rendas na ordem dos 150%, passando as rendas de uma média de 27,5 para 67 euros mensais num espaço de dois anos, prevê-se que o IHRU venha a arrecadar mais seis milhões de euros", alertou Pedro Carvalho.

A 09 de maio de 2012, o atual presidente do IHRU, Vítor Reis, garantiu não pretender transferir os bairros daquela entidade para a Câmara do Porto e adiantou que em junho começariam as obras em três dos oito bairros (Pereiró, Ramalde, Ramalde do Meio, Leonardo Coimbra, Novo de Paranhos e Viso, S. Tomé e Contumil).

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