O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) admitiu hoje que faltam em Portugal 5.000 profissionais, um número que seria necessário apenas para substituir as aposentações dos últimos anos.

"Numa situação normal, nunca menos de 5.000", apontou Fernando Curto, sobre as necessidades de bombeiros sapadores ou municipais em todo o país.

"Nós não pedimos um aumento de efetivos mas que sejam preenchidas as vagas dos bombeiros que se aposentam todos os anos", sublinhou o responsável.

Segundo o presidente da ANBP, os bombeiros profissionais garantem socorro a dois terços da população de todo o país e são nesta altura menos de 10.000, entre sapadores, municipais, "canarinhos" e funcionários dos bombeiros voluntários.

Além disso, realçou, estes profissionais são também o "suporte" do trabalho das corporações de voluntários em todo o país.

"A falta de efeitos está a colocar em causa o socorro às populações", garantiu Fernando Curto, à margem do congresso da ANBP, que terminou hoje em Viana do Castelo.

Como exemplo apontou corporações que não supriram faltas em mais de cinco anos ou o caso dos sapadores de Braga, "em que não há chefes [posto]", ou dos sapadores do Porto, que operam com "metade" do efetivo necessário.

Situações que estão a gerar, afirma, um "défice de efetivos brutal". "Isto [5.000 bombeiros] era para repor as faltas que existem, não era para aumentar os efetivos", reforçou Fernando Curto, recordando que o rácio deveria ser de um bombeiro profissional por cada mil habitantes.

"Mas não conseguimos ter um bombeiro para cinco, seis ou sete mil habitantes. É uma desproporção brutal em termos daquilo que é a reposta. Temos viaturas que deviam levar cinco homens, mas levam o motorista e mais um, o que não pode acontecer", rematou.