Prostestos junto à EDP do Porto contra cortes de energia em bairros da cidade
Porto Canal / Agências
Porto, 01 nov (Lusa) -- Dezenas de pessoas juntaram-se hoje frente às instalações da EDP no Porto onde apresentaram reclamações contra os cortes de energia efetuados pela empresa nos bairros do Lagarteiro e de Contumil, daquela cidade.
A concentração foi convocada nas redes sociais - numa página associada ao movimento Que Se Lixe a Troika! -- e visou mostrar "solidariedade" para com as famílias de dois bairros sociais do Porto a quem a EDP cortou o fornecimento de eletricidade por dívidas.
"Estamos aqui por solidariedade com as pessoas a quem a EDP cortou energia, tanto no Lagarteiro mas não só, porque isto está a acontecer um pouco por toda a cidade. As pessoas têm que escolher, ou comem ou pagam a luz", disse à Lusa um dos manifestantes no local.
Durante a ação de protesto, alguns dos manifestantes chegaram a entrar nas instalações da EDP junto à Casa da Música, no Porto, e "preencheram o livro de reclamações, dizendo que uma empresa que fornece um serviço que é essencial deve também ser chamada à responsabilidade e ter algum critério social", contou à Lusa o ex-candidato do BE à autarquia, José Soeiro, que também participou da concentração.
Para o bloquista "num contexto de emergência social, não é aceitável que pessoas fiquem sem acesso à água e à luz em pleno século XXI".
"Precisamos de garantir, juntando a Segurança Social, a autarquia [e] a própria EDP, que a ninguém é cortada água nem a luz por situações de carência e emergência social", defende Soeiro para quem estas três entidades têm de "arranjar uma solução" para as famílias a quem foi cortado o fornecimento de eletricidade.
Também a Direção da Organização da Cidade do Porto do PCP defende, em comunicado hoje divulgado, que "a Câmara do Porto não pode pretender passar à margem desta situação" e "deve exigir do Governo medidas concretas para este tipo de casos, mas também assumir uma postura de verdadeira sensibilidade social no âmbito dos seus meios e competências"-
Os comunistas reclamam ainda a "a necessidade de encontrar soluções de pagamento da eletricidade, mas também água, gás e rendas, compatíveis com os rendimentos das famílias e reitera a sua exigência da elaboração de um Plano de Emergência Social para a Região do Porto".
A EDP Distribuição cortou hoje ligações clandestinas de energia no bairro de Contumil, depois de idêntica operação realizada na quinta-feira no bairro do Lagarteiro. Ambas as intervenções foram efetuadas sob vigilância policial.
Em resposta escrita a pedidos de esclarecimentos da Lusa, a EDP Distribuição referiu que as ações do Lagarteiro e de Contumil tiveram "apenas e só a finalidade de efetuar o corte de ligações fraudulentas e por isso indevidas". Mas, das pessoas a quem a EDP cortou a energia e que a Lusa ouviu, nenhuma reconheceu ligações clandestinas à rede, apenas dívidas antigas à empresa fornecedora de eletricidade, decorrentes da degradação do seu poder de compra.
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