Universidade sul-africana Nelson Mandela acusada de discriminar cegos
Porto Canal / Agências
Port Elizabeth, África do Sul, 01 nov (Lusa) - A universidade Nelson Mandela, na África do Sul, está a ser acusada de discriminação por ter recusado admissão a três alunos por serem cegos.
A recusa da Universidade Metropolitana Nelson Mandela, localizada na cidade costeira de Port Elizabeth, foi justificada pela falta de "instalações adequadas" para atender às necessidades dos três alunos.
A porta-voz da instituição, Roslyn Baartjes, disse à agência France Presse que a universidade "não concede acesso a estudantes completamente cegos porque não tem os recursos necessários para os ajudar".
Esta decisão foi criticada por organizações de direitos humanos, que se queixaram ao Conselho Nacional para os Cegos da África do Sul, que visitará a universidade na próxima semana.
Os alunos recusados manifestaram a sua tristeza com a posição da universidade: "o meu sonho antigo foi destruído", afirmou Avukile Jeke, de 21 anos, acrescentando que "o que magoa mais" é ter sido recusado por algo que obviamente não escolheu para si.
Além de Jeke, Lubabalo Sapepa, também de 21 anos, e Yanelisa Ginida, de 19, candidataram-se em julho.
Um mês depois, quando se apresentaram para fazer um exame de aptidão, foi-lhes dito que não era possível.
Contudo, um colega seu que é parcialmente cego foi aceite pela Universidade Nelson Mandela, assim chamada em homenagem ao histórico líder político que lutou pelo fim do regime de discriminação racial no país e que foi o primeiro negro a presidir à África do Sul.
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