BPN/5 anos: Uma situação "excecional" que muitos questionaram e o PND chamou de "escândalo"

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Porto Canal / Agências

Redação, 31 out (Lusa) -- A nacionalização do BPN foi classificada, há cinco anos, pelo então Governo como "excecional, delicada e anómala", questionada pelos partidos da oposição, ainda que vista como "positiva", tendo apenas o PND arremessado de imediato a palavra "escândalo".

A 02 de novembro de 2008, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou em conferência de imprensa que o "Governo viu-se obrigado a decidir propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco BPN. O Governo tomou esta decisão tendo em vista assegurar aos depositantes que os seus depósitos estão perfeitamente seguros".

A situação que levou à nacionalização do banco foi descrita na altura por Teixeira dos Santos como "excecional, delicada e anómala" e originou reações de cautela por parte de praticamente todos os partidos da oposição.

Num momento em que várias vozes já lançavam culpas contra o Banco de Portugal (desde o dirigente do CDS, Paulo Portas, segundo quem o banco central era "demasiado falível", ao economista António Nogueira Leite que lamentou o "caso grave de inação das entidades de supervisão"), o governador Vítor Constâncio referiu que a nacionalização era "inevitável".

"A reação do PSD é uma reação de prudência embora de abertura a essa medida. Em todo o caso, reservamos uma posição final para um esclarecimento cabal dos dados económicos, financeiros e contabilísticos para sabermos exatamente da justeza ou não desta medida", afirmou o líder parlamentar do então maior partido da oposição, Paulo Rangel.

Também o agora primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que decisão do Governo "talvez se justifique sobretudo para proteger os interesses dos depositantes e para evitar um risco de contágio a outros bancos".

Paulo Portas assinalou que a nacionalização significava que a instituição havia chegado a um estado limite e que, por isso, a medida era defensável para a defesa do contribuinte e dos cidadãos.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reagiu de forma cautelosa, mas favorável, mas por razões diferentes das do PSD: "Evidentemente que a nossa primeira reação é positiva", num quadro em que o "Estado português pode deter posições importantes em áreas estratégicas da economia, visando o seu relançamento e o apoio ao aparelho produtivo e à produção nacional".

Da parte do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã afirmou que "a nacionalização [do BPN] é necessária para acabar com a aldrabice em que se transformou a gestão deste banco desde que sejam os acionistas a pagar o prejuízo e não seja um cêntimo dos impostos".

O Partido da Nova Democracia (PND) foi mais longe e classificou, logo a 02 de novembro de 2008, a nacionalização do BPN como "um escândalo sem precedentes" e que, naquele momento, "a democracia bateu no fundo".

Em comunicado, o PND questionou "que razões impedem o Governo de intervir junto das empresas industriais e comerciais que estão a encerrar, colocando centenas de milhares de pessoas no desemprego".

"O que é mais escandaloso é que tudo isto se passa e ninguém vai preso", sublinhou o partido fundado por Manuel Monteiro.

TDI (SF/JMG/SMA/MLS/NM) // VC

Lusa/fim

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